O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitou na terça-feira (1) o centro de detenção de imigrantes localizado nos pântanos da Flórida, batizado por autoridades estaduais como "Alcatraz dos Jacarés" (Alligator Alcatraz, em inglês).
Segundo a CBS News, a estrutura provisória foi construída em apenas oito dias na pista abandonada do Aeroporto de Treinamento e Transição Dade-Collier, no coração dos Everglades, região conhecida por sua fauna selvagem e terreno inóspito.
Durante a visita, Trump esteve acompanhado do governador Ron DeSantis e da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem. A inauguração do centro marca o início da operação de uma instalação com capacidade para até 5 mil pessoas, que será utilizada para abrigar temporariamente imigrantes detidos sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês).
De acordo com o NBC Miami, o local recebeu o nome de "Alcatraz dos Jacarés" como referência ao isolamento geográfico e à presença de animais como jacarés e cobras, que funcionariam como uma barreira natural contra fugas.
Em tom de ironia, Trump afirmou que os detentos terão de aprender a fugir de jacarés, dizendo: "Vamos ensiná-los a correr de um jacaré se escaparem da prisão".
O governador DeSantis defendeu o centro como uma medida eficaz para ampliar o número de deportações, declarando que os primeiros detidos devem chegar à instalação já na quarta-feira (2). O centro contará com câmeras de segurança, cercas de arame farpado e mais de 400 agentes, além de climatização 24 horas por dia.
Durante a visita, Trump afirmou que gostaria de ver instalações semelhantes em outros estados e sugeriu que o modelo dos Everglades poderia ser replicado. Em declaração publicada pela CBS News, Kristi Noem alertou que imigrantes em situação irregular ainda têm a chance de sair voluntariamente dos EUA: "Se você não sair, poderá acabar aqui e ser deportado sem chance de voltar", afirmou.
Durante a visita, Trump também fez referência ao ex-presidente Joe Biden e provocou: "O Biden me queria aqui. Acabou que... não deu certo. Mas ele me queria aqui, aquele filho da ****."
A inauguração foi marcada por protestos de ambientalistas, defensores dos direitos dos imigrantes e membros de comunidades indígenas locais. Os manifestantes alertaram para os impactos ecológicos e denunciaram a falta de revisão ambiental adequada antes da construção do centro.
Apesar das críticas, o presidente Trump classificou a instalação como "profissional e bem feita". Já DeSantis reforçou que a localização remota garante segurança: "Boa sorte para chegar à civilização. A segurança é impressionante – natural e de outra natureza", declarou.
Segundo a agência Associated pRESS, o centro faz parte do esforço nacional do governo Trump para ampliar a capacidade de detenção e deportação de imigrantes. A instalação foi anunciada como peça-chave dessa estratégia, em um momento em que o número de detenções já ultrapassa os 56 mil casos registrados em junho.