Dependência da China fragiliza indústria bélica dos EUA, alerta relatório

Mesmo em setores críticos como a de defesa antimísseis, 11,1% dos fornecedores são chineses, o que ameaça a prontidão militar americana, afirmam analistas.

A indústria de defesa americana permanece perigosamente dependente de fornecedores chineses mesmo após anos de esforços para amenizar esse problema, aponta um relatório da empresa de análise Govini, citado pela South China Morning Post nesta terça-feira (1º).

O estudo, baseado em dados oficiais do Pentágono, revela que empresas da China correspondem a 9,3% dos contratantes primários em nove setores críticos — desde mísseis até tecnologia nuclear.

A defesa antimísseis lidera a dependência (11,1%), o que também é visível nos setores aéreo, espacial e naval. Na área nuclear, 7,8% dos fornecedores são chineses — número que cresceu 45,5% em um ano, segundo o estudo.

"Os EUA não estão preparados para uma guerra imediata contra a China. Nossas cadeias de suprimentos são frágeis", alertou Tara Dougherty, CEO da Govini.

As restrições de exportação impostas por Pequim em meio à guerra comercial agravam o risco. O relatório destaca que 78% dos sistemas de armas americanos usam minerais como antimônio, gálio e tungstênio — setores onde a China controla a maior parte da produção global.

A China já superou os EUA em registros de patentes na maioria dos setores analisados. Enquanto isso, o Pentágono também enfrenta outro problema: a dependência excessiva de seu setor de defesa de grandes empreiteiras e pequenos fornecedores que estão à beira do falência.