O Ministério das Relações Exteriores enviou uma resposta à revista britânica The Economist após críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apontavam perda de influência internacional e baixa popularidade interna, conforme divulgado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
Na carta assinada pelo chanceler Mauro Vieira, o governo brasileiro reafirma que Lula possui autoridade moral reconhecida globalmente e reforça a postura do país em conflitos recentes, especialmente no Oriente Médio.
A publicação da The Economist afirma que o Brasil, sob Lula, estaria se afastando das "democracias ocidentais", criticando a postura de não apoiar ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, além de não buscar aproximação com líderes ocidentais.
Em contrapartida, o Itamaraty afirma que o Brasil não adota um tratamento seletivo das normas internacionais nem interpretações flexíveis do direito de autodefesa.
Segundo o chanceler, o Brasil mantém seu papel como um país sem inimigos, defensor do direito internacional e da resolução pacífica de conflitos, com Lula como um defensor firme da Carta das Nações Unidas e das Convenções de Genebra.
O texto ainda destaca que a condenação brasileira aos ataques ao Irã está alinhada a princípios internacionais, considerando-os uma violação clara da Carta da ONU e das normas da Agência Internacional de Energia Atômica, que previne desastres ambientais e contaminação radioativa.
Mauro Vieira lembra que, durante a gestão Lula, o Brasil defendeu uma solução diplomática para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O comunicado ressalta ainda o papel de Lula na presidência do G20 em 2023, onde promoveu consensos difíceis e lançou propostas para combater fome e pobreza, além de uma taxação a bilionários que provocou reações contrárias.
Sobre o BRICS, cuja cúpula no Rio de Janeiro, a carta reforça o compromisso brasileiro em fortalecer o grupo como ator relevante para a multipolaridade, paz, sustentabilidade e democracia no mundo.
Por fim, a carta rejeita a ideia de que Lula perdeu influência internacional, afirmando que, embora não seja popular entre negacionistas climáticos, ele tem o respeito de humanistas globalmente e critica investimentos em armamentos em favor de causas sociais e ambientais.