
Agência brasileira DM9 perde prêmio em Cannes por uso irregular de IA; copresidente é desligado
A tradicional agência publicitária brasileira DM9 teve seu principal prêmio no festival Cannes Lions 2025 anulado após uma auditoria identificar uso irregular de inteligência artificial em uma de suas campanhas. A informação foi confirmada pelos organizadores do evento na sexta-feira (27), conforme divulgado pelo Poder360.
A peça, "Efficient Way to Pay", havia vencido o Grand Prix na categoria Creative Data, mas foi alvo de denúncias que levaram à sua reavaliação. Segundo o júri do festival, o conteúdo apresentava dados simulados e cenas fabricadas com IA, o que violaria as regras exigidas na premiação.

Diante do escândalo, a própria DM9 decidiu retirar outras duas campanhas do evento: "Plastic Blood", feita para a OKA Biotech, e "Gold = Death", para a Urihi Yanomami.
"Plastic Blood" conquistou três Ouros nas categorias Brand Experience & Activation, Design e Print & Publishing, além de uma Prata em Design e Industry Craft, e dois Bronzes em Direct e Outdoor. Já "Gold = Death" recebeu uma Prata em Print & Publishing e um Bronze em Outdoor.
Em nota, a organização do festival afirmou que novas regras serão implementadas já na próxima edição, incluindo a obrigatoriedade de declarar o uso de IA nas peças inscritas, além da criação de mecanismos para detectar a utilização da ferramenta digital.
Demissão
A DM9 anunciou a saída de Ícaro Doria, copresidente e chief creative officer (CCO) desde o relançamento da empresa no Brasil em 2022. A decisão foi tomada em "comum acordo" e marca o fim do ciclo iniciado há três anos.
A saída ocorre poucos dias após Doria assumir "total responsabilidade" pela manipulação do vídeocase no Festival de Cannes, que resultou na perda dos prêmios conquistados pela agência.
