
'Tudo que se reivindica acontece', diz Lula ao lançar Plano Safra

Durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 realizado nesta segunda-feira (30) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os trabalhadores do campo "só voltaram a entrar" na sede do Governo Federal para apresentar suas demandas quando ele reassumiu a Presidência.
Segundo Lula, o novo plano é fruto da consciência política desenvolvida pelos agricultores familiares ao longo dos anos.
"O Brasil tem um ditado que diz que tudo que se planta dá. Esse governo é um governo que tudo que é reivindicado acontece. Mais cedo ou mais tarde, as coisas acontecem porque nós somos o resultado do aumento do grau de consciência política da sociedade brasileira", afirmou Lula ao destacar que a cada conquista, a sociedade aprende a buscar novas melhorias.

O Plano Safra 2025/2026 prevê um investimento de R$ 89 bilhões na agricultura familiar, segundo o Governo Federal. O montante representa um aumento em relação à edição anterior e é destinado a ampliar o acesso ao crédito, fomentar a produção de alimentos e fortalecer o desenvolvimento rural.
O presidente defendeu que o papel do Estado é garantir condições para que o pequeno produtor possa aumentar sua produtividade e, com isso, melhorar sua própria qualidade de vida e contribuir para o desenvolvimento do país. Segundo ele, as demandas populares devem ser vistas como parte do processo democrático.
"A gente tem que saber que as reivindicações, elas são novas descobertas que as pessoas fazem de coisas que eles querem", disse Lula, ao destacar que essas demandas revelam necessidades percebidas ao longo do tempo.
Ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Lula fez referência ao programa Mais Alimentos, criado em seu segundo mandato, em 2008.
Ele lembrou que a iniciativa viabilizou a venda de 80 mil tratores de pequeno porte, o que colaborou para a recuperação da indústria de máquinas agrícolas naquele período. Para Lula, a lógica deve ser a mesma agora: criar condições para que o pequeno produtor tenha acesso a maquinário adaptado ao tamanho de sua terra.
"Um cidadão que tem 10 hectares não pode comprar uma máquina que colhe um campo de futebol cada vez que liga o motor. Ele precisa de uma máquina do tamanho da terra dele", argumentou.
Durante o evento, o presidente também comentou as taxas de juros oferecidas pelo novo plano. Para ele, com a inflação em torno de 5%, os juros reais ficam praticamente nulos. "É importante lembrar que uma taxa de juros a 3% num país com inflação de 5% significa menos dois", exemplificou.
Ao tratar da distribuição geográfica do crédito rural, Lula destacou que, no passado, 90% do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) se concentrava no Rio Grande do Sul, e que hoje a cobertura alcança 100% do território nacional.
"O Pronaf é exatamente para isso: ajudar as pessoas que trabalham no campo, especialmente os que mais precisam", afirmou.
O presidente ainda fez menção à necessidade de inclusão e justiça social como pilares do seu governo. "O trabalho é muito árduo, muito duro, para que os benefícios cheguem ao conjunto da população brasileira. Quanto mais os pobres melhorarem, mais o país melhora", declarou.
Ele também celebrou avanços em políticas sociais, como o acesso de filhos de agricultores familiares à universidade pública.
Entre outros compromissos citados, Lula destacou a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução no custo da energia elétrica para famílias de baixa renda.
O presidente brasileiro concluiu o discurso incentivando os trabalhadores rurais a continuarem reivindicando por seus direitos. "A reivindicação de vocês é a certeza de que nós não vamos deixar de fazer aquilo que vocês acreditaram", finalizou.

