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Pequim alerta para pactos tarifários entre EUA e outros países às suas custas

Governo chinês exige igualdade nas consultas comerciais e respeito ao sistema multilateral.
Pequim alerta para pactos tarifários entre EUA e outros países às suas custasGettyimages.ru

O Ministério do Comércio da China declarou no último sábado (28) que se opõe firmemente a qualquer acordo que os Estados Unidos possam firmar com outros países que resulte em prejuízos para os interesses chineses, no contexto das negociações sobre alívio tarifário.

Ao comentar a retomada das conversas entre Washington e outros governos, um porta-voz da pasta classificou as tarifas impostas pelos EUA como "uma típica prática unilateral e intimidatória que afeta gravemente o sistema multilateral de comércio e prejudica seriamente a ordem comercial internacional".

Segundo ele, desde abril, Washington tem adotado os chamados "tarifas de reciprocidade", prática que Pequim considera "unilateral e coercitiva".

O representante afirmou que a China "sempre se opôs firmemente" a esse tipo de medida, e que "somente com a defesa firme de princípios é possível salvaguardar os direitos legítimos" de um país.

Pequim, acrescentou, está disposta a ver as diferenças comerciais com os EUA resolvidas por meio de "consultas em pé de igualdade", e defende que todos os países "permaneçam do lado da justiça e da equidade", além de protegerem "as regras do comércio internacional e o sistema multilateral".

A declaração ocorreu após autoridades dos EUA afirmarem que estão acelerando negociações com determinados parceiros econômicos e que esperam concluir acordos antes de 9 de julho, quando se encerra o prazo de 90 dias para suspensão temporária de tarifas. Caso não haja acordo com alguns países, Washington poderá fixar unilateralmente novas alíquotas.

"China se opõe firmemente a qualquer parte que, em troca das chamadas reduções tarifárias, firme acordos às custas dos interesses da China", disse o porta-voz.

"Se isso acontecer, a China jamais aceitará, responderá com firmeza e protegerá seus interesses legítimos", afirmou.

Xi pede apoio da UE contra tarifas dos EUA

Em abril, o presidente da China, Xi Jinping, defendeu uma posição comum com a União Europeia para enfrentar o que chamou de "assédio unilateral" das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Não há vencedores em guerras tarifárias e se opor ao mundo leva, no fim das contas, ao autoisolamento", declarou Xi.

No fim do mês passado, Trump ameaçou aplicar tarifas de 50% sobre produtos importados da União Europeia a partir de 1º de junho. A medida foi adiada para 9 de julho, após pedido da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para que o bloco buscasse um acordo com Washington.