Irã proíbe diretor do Organismo Internacional de Energia Atômica de acessar instalações nucleares

Governo iraniano também proibiu uso de câmeras após vazamento de dados aparecer em documentos israelenses.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, rejeitou o pedido do diretor do Organismo Internacional de Energia Atômica (AIEA) para visitar instalações nucleares iranianas que foram bombardeadas, confirmando a decisão do Parlamento nacional de interromper toda a cooperação com a entidade, informou a agência Tasnim neste sábado (28).

"O Parlamento do Irã votou a favor da suspensão da cooperação com a AIEA até que a segurança de nossas atividades nucleares esteja garantida", escreveu Araghchi em suas redes sociais.

"A AIEA e seu diretor-geral são plenamente responsáveis por essa situação sórdida. A insistência de Rafael Grossi em visitar os locais bombardeados sob o pretexto das salvaguardas é sem sentido e possivelmente até mal-intencionada", acrescentou.

O vice-presidente do Parlamento iraniano, Hamid Reza Haji Babaei, afirmou que a decisão também inclui a proibição do uso de câmeras de vigilância da AIEA, após a descoberta de vazamento de dados confidenciais das instalações nucleares iranianas em documentos israelenses.

Haji Babaei também acusou os Estados Unidos de liderarem uma guerra contra a nação persa, afirmando que "o cerne dessa hostilidade não são os mísseis nem o programa nuclear, mas o povo do Irã".

A lei, aprovada por unanimidade pelos 221 parlamentares presentes, determina a suspensão da cooperação até que os centros nucleares e os cientistas iranianos estejam completamente protegidos, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e conforme decisão do Conselho Supremo de Segurança Nacional.

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