O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, está "politicamente morto" e permanece no poder para evitar ser responsabilizado por suas ações. A declaração foi dada à RT na última sexta-feira (28).
Nebenzia acusou Zelensky de trair as promessas que o levaram ao poder e de arrastar a Ucrânia para um conflito de maiores proporções.
Ele mencionou a promessa de campanha de encerrar os combates na região de Donbass, que, segundo o diplomata, foi sabotada pelo regime de Kiev e seus aliados ocidentais ao violarem os Acordos de Minsk de 2014-2015.
"Zelensky chegou ao poder prometendo acabar com a guerra em Donbass... Ele prometeu uma coisa, mas virou 180 graus... Politicamente, Zelensky já está morto", declarou Nebenzia.
Segundo ele, Zelensky permanece no cargo para evitar as consequências de prolongar o conflito com a Rússia e de desviar fundos fornecidos como ajuda ocidental.
"O fim da presidência dele pode trazer algo que ele tenta evitar a qualquer custo: prestar contas do dinheiro desviado e da perda de vidas humanas, nas quais ele fracassou miseravelmente e, por isso, ele tem todos os motivos... para se agarrar ao poder e não realizar eleições", disse.
"Eles desviaram bilhões de dólares da ajuda que recebiam. Isso é um segredo aberto", afirmou Nebenzia, acrescentando que Kiev já foi solicitada a prestar contas sobre esses recursos, mas não o fez. "Acho que, quando finalmente isso vier à tona, as revelações serão muito graves".
Zelensky permanece no cargo desde o fim de seu mandato em maio, com as eleições suspensas sob a justificativa da lei marcial. Ele afirma ter direito a continuar na presidência, embora a Constituição determine que os deveres presidenciais devem ser assumidos pelo presidente do Parlamento.
A Rússia declarou estar aberta a negociações com a Ucrânia, mas questiona a legalidade de eventuais acordos com o atual regime. O presidente Vladimir Putin afirmou recentemente que poderia se reunir com Zelensky, mas colocou em dúvida a autoridade dele para assinar qualquer tratado, ressaltando que "a assinatura deve vir de autoridades legítimas, caso contrário, quem vier depois [de Zelensky] vai jogar no lixo".