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Hungria barra avanço da Ucrânia na UE: 'Sem nosso apoio não haverá adesão'

Chefe da diplomacia húngara afirmou que decisão não cabe às autoridades ucranianas, mas aos cidadãos da União Europeia.
Hungria barra avanço da Ucrânia na UE: 'Sem nosso apoio não haverá adesão'Reprodução/Divulgação Redes Sociais/X @FM_Szijjarto

O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, criticou a posição da chancelaria do regime de Kiev, que sugeriu manipulação nos resultados da consulta popular Voks 2025. No referendo, 95% dos húngaros votaram contra a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE).

"O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia declarou ontem que o povo húngaro não tem direito de decidir se apoia ou não a adesão da Ucrânia à UE. Pois bem, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia está errado", escreveu o chanceler na última quinta-feira (26) em suas redes sociais.

Szijjarto destacou que nem a chancelaria ucraniana, nem o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, ou as autoridades atuais de Kiev podem definir a adesão do país ao bloco. "Essa decisão cabe a nós, cidadãos da UE, incluindo os húngaros", afirmou.

Ele reforçou que "chegou a hora" de o regime de Kiev entender que, "sem a vontade do povo húngaro", a entrada da Ucrânia na União Europeia "simplesmente não acontecerá".

"Não queremos fazer parte de um processo de integração com um país que nos ameaça com a guerra, coloca em risco nossa segurança energética e, em certo momento, quase destruiu nossos agricultores", completou.

No início desta semana, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, rebateu declarações de Vladimir Zelensky que, após encontro com líderes da UE durante a Cúpula da OTAN em Haia, afirmou ser "importante que os líderes dos Estados-membros cheguem a uma decisão comum" e que "não é justo que uma única parte bloqueie a decisão da união", em uma tentativa de influenciar a postura de Budapeste.

Em resposta, Orbán afirmou que "a UE foi fundada para trazer paz e prosperidade a seus Estados-membros", e que aceitar "um país que está em guerra com a Rússia" arrastaria "imediatamente" o bloco para "um conflito direto". "Não é justo esperar que qualquer Estado-membro assuma esse risco", concluiu.

Na quarta-feira (26), Orbán anunciou os resultados da consulta popular Voks 2025, organizada por Budapeste para avaliar a opinião pública sobre a adesão da Ucrânia à UE.

Quase a totalidade, "95% dos cidadãos húngaros, votaram contra, e 5% a favor de apoiar a Ucrânia", declarou o premiê, que já expressou diversas vezes sua oposição à entrada do país eslavo tanto na UE quanto na OTAN.