Irã revela extensão dos danos às instalações nucleares após ataques dos EUA e Israel

O chanceler iraniano, por sua vez, anunciou que o Irã não autorizará mais as visitas de inspetores do AIEA às suas instalações nucleares, alegando que a presença do órgão precisa ser reavaliada à luz da legislação interna.

Teerã confirmou na quinta-feira (26) que suas instalações nucleares sofreram danos extensos durante os 12 dias de conflito com Israel e os Estados Unidos, e anunciou que não permitirá mais a entrada de inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse à imprensa local que os danos causados pelos bombardeios são "significativos e sérios", embora as avaliações oficiais ainda estejam em andamento.

As declarações foram dadas em meio à polêmica causada por falas do presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que os ataques lançados por Washington teriam destruído completamente as estruturas nucleares iranianas — algo que foi questionado por um relatório confidencial vazado recentemente.

Fim das inspeções internacionais

Paralelamente, Araghchi anunciou que o Irã não autorizará mais visitas de inspetores da AIEA às suas instalações nucleares, alegando que a atuação do órgão precisa ser reavaliada à luz da legislação interna. "A atuação dos inspetores deve ser analisada conforme a lei aprovada pela Assembleia Consultiva Islâmica", afirmou o ministro.

A decisão segue uma lei aprovada recentemente pelo Parlamento iraniano, que determina a suspensão da cooperação com a AIEA. Para o presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, a conduta do órgão internacional é inaceitável: "O AIEA nem sequer condenou formalmente os ataques às nossas instalações nucleares. Perdeu sua credibilidade internacional."

A escalada de tensão entre Teerã e o Ocidente reacende o debate sobre soberania nuclear, inspeções internacionais e o papel das potências globais no Oriente Médio. O Irã, por sua vez, sinaliza que pretende reforçar sua autonomia e restringir a ingerência externa em seu programa nuclear.