EUA não têm planos de mudar sua política de imigração haitiana, apesar da pressão dos ativistas

Apesar da pressão das organizações de direitos humanos, a administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não tem planos de receber mais imigrantes do Haiti ou estender o status de proteção dos haitianos que já residem no país, informou a NBC News, citando três autoridades norte-americanas que falaram sob condição de anonimato.

A notícia foi dada depois que mais de 480 organizações de direitos humanos pediram à Casa Branca, na quarta-feira, que suspendesse as deportações para o Haiti, libertasse os haitianos indocumentados detidos e concedesse status de proteção temporária aos imigrantes do país caribenho que já vivem nos EUA.

ONU pede que países não devolvam haitianos "à força"

De acordo com a mídia, a carta provocou discussões morais tanto na Casa Branca quanto no Departamento de Segurança Interna dos EUA sobre as políticas de imigração norte-americanas em relação aos cidadãos haitianos. "É de partir o coração", disse um funcionário. No entanto, outra pessoa de dentro indicou que "não há boas opções aqui".

Haiti, mergulhado na violência e à beira da fome

Há semanas, o Haiti está mergulhado em um novo surto de violência e sua capital, Porto Príncipe, tornou-se palco de constantes confrontos entre as autoridades e grupos criminosos armados.

Diante dessa situação, o Exército dos EUA evacuou o pessoal não essencial da Embaixada do país no Haiti e enviou forças adicionais para reforçar a segurança da representação diplomática.

Nesse contexto, organizações de direitos humanos denunciaram que, se Washington "não consegue manter seu pessoal seguro no Haiti, é improvável que o Governo haitiano mantenha os cidadãos haitianos seguros".

Além disso, devido à situação crítica no Haiti, quase metade de sua população está em risco alimentar e várias regiões estão à beira da fome, de acordo com um relatório da Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar ( IPC).