
Armênia: polícia invade sede da Igreja Apostólica e tenta prender bispo diante do patriarca

Forças especiais da Armênia invadiram nesta sexta-feira (27) a Madre Sé de Santa Echmiadzin, sede do líder da Igreja Apostólica Armênia e centro espiritual e administrativo da instituição religiosa.
Segundo relatos e vídeos gravados no local, padres e fiéis que estavam na sede patriarcal tentaram impedir a entrada dos policiais uniformizados, o que gerou confrontos e prisões.
🚨Fuerzas especiales irrumpen en el centro de la Iglesia apostólica armeniaLas fuerzas probablemente acudieron al lugar para detener al líder de la diócesis de Shirak, que se encuentran en la Sede Madre de la Santa Echmiadzin para participar en una reunión del clero. pic.twitter.com/iFCtacIIVn
— Sepa Más (@Sepa_mass) June 27, 2025
De acordo com o site News.am, os agentes estariam no local para prender Mikael Adzhapajian, líder da diocese de Shirak, que participava nesta sexta de uma reunião do clero na Santa Echmiadzin.
Ele é alvo de processos criminais por, segundo as acusações, incitar a população à tomada do poder, violar a integridade territorial, renunciar à soberania ou tentar derrubar à força a ordem constitucional.
📍Según reportes y videos grabados en el lugar, los sacerdotes y fieles que se encontraban en la sede patriarcal trataron de impedir la llegada de los uniformados, tras lo cual se produjeron choques. pic.twitter.com/X1f4Pt1uJX
— Sepa Más (@Sepa_mass) June 27, 2025
A imprensa local noticiou que o Patriarca Supremo e Católico de Todos os Armênios, Gareguin II, encontrou os policiais com os rostos cobertos por máscaras. Pouco depois, foi informado que Adzhapajian não havia sido preso e retornou ao centro espiritual acompanhado por Gareguin 2º.
⚡️🇦🇲 Llegan nuevas tropas enmascaradas a la Sede Madre de la Santa Echmiadzin. pic.twitter.com/YFIMENHp1Q
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Conflito entre governo e Igreja Apostólica Armênia
O episódio ocorre em meio ao acirramento das tensões entre o governo armênio e a Igreja Apostólica Armênia. As relações se deterioraram desde a chegada ao poder do premiê Nikol Pashinian, sobretudo em razão do conflito com o Azerbaijão. O patriarca Gareguin II já pediu diversas vezes a renúncia de Pashinian.

No fim de maio, o primeiro-ministro passou a publicar mensagens ofensivas nas redes sociais contra a Igreja Apostólica e contra Gareguin II, exigindo sua saída. O governo propôs alterar a forma de escolha do católico de Todos os Armênios, estabelecendo por lei o "papel decisivo da República da Armênia" na indicação do líder religioso.
Paralelamente, um tribunal armênio ordenou na semana passada a prisão por dois meses do empresário Samvel Karapetian, acusado de incitar a tomada do poder após declarar apoio público à Igreja Apostólica Armênia.
❗️ Todas las campanas de la Santa Sede Echmiadzin suenan en alarma mientras las fuerzas de seguridad se acercan al sitio sagrado tratando de aprehender al arzobispo Mikael Adzhapajián. pic.twitter.com/GaFninOkoO
— Sepa Más (@Sepa_mass) June 27, 2025
