Nesta quinta-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores da Espanha convocou Dan Poraz, encarregado de negócios da Embaixada de Israel em Madri, após declarações consideradas "inaceitáveis sobre o governo espanhol", segundo fontes ouvidas pela imprensa local. Essa é a terceira convocação em pouco mais de um mês.
A medida ocorre após críticas do governo israelense ao presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que tem adotado uma postura firme em relação à atuação de Israel na Faixa de Gaza.
Durante um pronunciamento em Bruxelas, o líder espanhol denunciou a "evidente violação dos direitos humanos" por parte de Israel e afirmou que defenderá, no âmbito da União Europeia (UE), a suspensão imediata do acordo de associação com o país.
A embaixada israelense acusou Sánchez de promover "declarações demonizando Israel", classificando sua posição como "moralmente indefensável". Tel Aviv ainda afirmou que "o governo espanhol optou por não condenar, nem uma vez, os ataques deliberados e contínuos contra civis israelenses, lançando uma cruzada anti-Israel".
Sánchez comparou o tratamento dado pela UE à Rússia e a Israel. "Estamos impondo 18 sanções à Rússia por sua agressão à Ucrânia, e a Europa não é sequer capaz de suspender um acordo de associação quando o Artigo 2 sobre respeito aos direitos humanos está sendo flagrantemente violado", declarou.
Em resposta, o governo israelense afirmou que a postura da Espanha a coloca "na margem mais extrema, e cada vez mais isolada, da posição europeia em relação ao Oriente Médio" e que isso a posiciona "no lado errado da história".