
GoFundMe é acusada de bloquear milhões de dólares durante crise humanitária na Palestina

Organizações palestinas denunciaram recentemente que a plataforma de financiamento coletivo GoFundMe tem encerrado campanhas e impedido o saque de recursos destinados às vítimas na Faixa de Gaza, sitiada por Israel.
A GoFundMe — que se apresenta como a maior plataforma global de crowdfunding — é alvo de críticas após restringir o acesso aos fundos arrecadados para ações humanitárias na região.
Procurada pela emissora Al Jazeera, a empresa se recusou a informar quanto dinheiro permanece bloqueado em seu sistema. Ainda assim, a própria plataforma confirmou que, desde o início da ofensiva militar israelense em Gaza, campanhas hospedadas em seu site arrecadaram mais de US$ 300 milhões.
Em setembro, mais de US$ 250 mil destinados ao grupo humanitário The Sameer Project, com sede em Londres, foram estornados aos doadores após o encerramento da página da organização na plataforma GoFundMe.

A fundadora do projeto, Hala Sabbah, classificou o episódio como um "desastre" para as operações da entidade, que se dedica a prestar ajuda emergencial à população de Gaza.
O The Sameer Project atua diretamente em um campo de refugiados, aonde oferece desde assistência médica até itens essenciais para a sobrevivência da comunidade. Além de medicamentos e suprimentos básicos, a organização também fornece alimentos, água potável, abrigos e vestimentas.
Até então, os recursos que financiavam essas ações — que ultrapassaram a marca de US$ 1 milhão — eram levantados majoritariamente por meio da GoFundMe.
Sabbah relatou ainda que, apesar de todo o trabalho desenvolvido e do compromisso com a transparência — com atualizações diárias e prestação de contas detalhada, incluindo recibos —, se sentiu "tratada como escória". Ela destacou que, somente em taxas de transação, suas campanhas geraram aproximadamente US$ 44 mil para a empresa.
