Japão responde a Trump, que comparou ataques contra Irã aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki

O secretário-chefe do Gabinete do Japão afirmou que os dois países continuarão a manter uma comunicação próxima, e que a posição japonesa já foi comunicada ao governo dos EUA.

As autoridades japonesas responderam às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que comparou os ataques americanos às instalações nucleares do Irã aos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.

"As avaliações de eventos históricos devem ser discutidas por especialistas", declarou o secretário-chefe do Gabinete do Japão, Yoshkmasa Hayashi, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (26), segundo a mídia local.

Yoshkmasa enfatizou que o bombardeio das duas cidades japonesas em 6 e 9 de agosto de 1945 "custou muitas vidas preciosas e causou uma situação humanitária extremamente lamentável". Ele enfatizou que "o uso de armas nucleares, devido ao seu enorme poder destrutivo e letal, é incompatível com o espírito humanitário, que é a base ideológica do direito internacional".

Ele também observou que a posição do governo japonês sobre a questão foi transmitida ao lado americano em várias ocasiões e indicou que os dois países continuarão a manter uma comunicação próxima.

Comparação infeliz

Na quarta-feira, o presidente dos EUA disse que a ofensiva de Washington contra a infraestrutura nuclear do Irã  encerrou o conflito entre Teerã e Tel Aviv, comparando-a aos ataques a Hiroshima e Nagasaki

Os bombardeios americanos de Hiroshima e Nagasaki são considerados os mais sangrentos da história da guerra moderna.

As estimativas de baixas variam de um mínimo de 110 mil mortos a um máximo de 210 mil. A primeira estimativa foi feita pelos militares americanos na década de 1940, a segunda por cientistas contrários às armas nucleares, em grande parte iniciados pelo Japão.