Brasil e China ampliam cooperação tecnológica e lançam laboratório voltado à agricultura familiar

O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) recebeu, na última terça-feira (24), uma missão oficial da China em Brasília, chefiada pela vice-ministra de Ciência e Tecnologia, Lin Xin. A comitiva, composta por representantes do governo chinês e de instituições vinculadas à pauta de inovação entre os dois países, foi recebida pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Daniel Almeida, para uma rodada de negociações de alto nível.

Na agenda, o principal objetivo foi acelerar a implantação do Centro de Transferência de Tecnologia China-Brasil, fruto de um acordo firmado em maio deste ano durante viagem da ministra Luciana Santos a Pequim.

O centro será uma plataforma binacional destinada a promover a inovação industrial, estimular parcerias entre empresas e institutos de pesquisa e facilitar o intercâmbio de tecnologias.

"Existe uma orientação muito clara, tanto do presidente Lula quanto da ministra Luciana Santos, de que nossos acordos internacionais devem se transformar em ações concretas. O memorando que assinamos em maio é só o começo. Estamos agora estruturando o caminho para efetivar a criação do centro, conhecendo melhor o nosso próprio ecossistema de inovação e preparando o terreno para sua implementação", afirmou o secretário.

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Tecnologia no semiárido brasileiro

Além dos avanços no centro de transferência, Brasil e China firmaram um novo compromisso voltado ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas à agricultura familiar. As duas nações formalizaram a criação de um Laboratório Conjunto de Mecanização e Inteligência Artificial, que será conduzido em parceria pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa), vinculado ao MCTI, e pela Universidade Agrícola da China (CAU).

José Etham Barbosa, diretor do Insa, destacou que a proposta é utilizar inteligência artificial combinada a máquinas de pequeno porte para oferecer soluções inovadoras que fortaleçam a produção agrícola no semiárido brasileiro.

O laboratório irá focar em sistemas de monitoramento ambiental e análise de solo, com o objetivo de gerar impacto direto na melhoria das condições de trabalho e produtividade dos agricultores familiares.

"Sabemos que a agricultura familiar tem enorme relevância no semiárido, e como o Insa é a unidade do ministério que atua diretamente na região, estamos unindo esforços de várias instituições para viabilizar essa transferência de tecnologia. Queremos levar inovação para o campo, embarcando soluções em maquinário acessível, capazes de transformar a realidade da região por meio do monitoramento ambiental e da gestão dos solos", explicou Barbosa.