Trump nega ter discutido cessar-fogo com Zelensky

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou, nesta quarta-feira (25), ter discutido um possível cessar-fogo durante sua reunião com o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, realizada à margem da cúpula da OTAN, em Haia, na Holanda. A declaração contraria diretamente afirmações feitas anteriormente por Zelensky.

O líder do regime ucraniano havia descrito o encontro como "longo e substantivo", destacando que os dois conversaram sobre maneiras de "alcançar uma paz real".

Ao ser questionado por jornalistas, Trump afirmou que o tema do cessar-fogo não foi abordado. "Não, não, eu só queria saber como ele está se saindo", disse o presidente norte-americano. Trump acrescentou que pretende conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de encerrar o conflito, mas não especificou quando esse diálogo poderá ocorrer.

Pressionado sobre declarações anteriores em que afirmou ser capaz de acabar com a guerra em 24 horas, Trump disse que a declaração foi feita de forma "sarcástica". Ele reconheceu que a resolução do conflito não será simples e admitiu ter enfrentado "alguns problemas com Zelensky".

'Foi sarcasmo': Trump comenta sua promessa de acabar com conflito na Ucrânia em 24 horas

Ao ser indagado sobre a possibilidade de os Estados Unidos contribuírem com os US$ 5 bilhões em ajuda militar prometidos à Ucrânia por outros países da OTAN, Trump limitou-se a reafirmar que o conflito "precisa terminar".

Durante outra entrevista, um repórter da BBC Ucrânia perguntou se Washington venderia sistemas de defesa aérea Patriot para Kiev. Trump respondeu que os sistemas são "muito difíceis de obter" e ressaltou que os Estados Unidos também precisam deles. Acrescentou que Washington está atualmente fornecendo baterias Patriot para Israel, mas que "veria se poderíamos disponibilizar alguns" para a Ucrânia.

Desde que assumiu a presidência pela segunda vez, Trump tem defendido de forma reiterada a busca por uma solução negociada para o conflito ucraniano. No início desta semana, ele afirmou esperar alcançar um "acordo com a Rússia" para colocar um fim aos combates.

Por sua vez, Moscou tem reiterado disposição para negociações "sem pré-condições", mas insiste que qualquer entendimento duradouro deve refletir a situação atual no campo de batalha e garantir a neutralidade da Ucrânia.