Rússia: Europa tem 'parte da culpa' pelo ataque de Israel ao Irã

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou nesta terça-feira (24) líderes europeus de pressionarem a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a emitir um relatório negativo sobre o Irã. Segundo ele, o documento teria servido de base para o ataque israelense às instalações nucleares iranianas.

"Os europeus assumiram uma posição puramente neocolonial... Prepararam Grossi para que colocasse as formulações mais ambiguamente negativas em seu relatório", disse Lavrov, referindo-se ao diretor da AIEA, Rafael Grossi.

Pouco após a publicação do relatório, Israel lançou bombardeios contra o Irã, com apoio dos Estados Unidos. Segundo Lavrov, Reino Unido, França, Alemanha e os próprios EUA aprovaram uma resolução acusando Teerã de violar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Irã está pronto para restaurar sua indústria nuclear

"Os europeus têm parte da culpa por isso ter acontecido e pelo fato de tais ataques terem sido realizados", afirmou o ministro

Para o chanceler russo, o episódio demonstra que o Ocidente "exerce uma influência muito séria sobre organizações internacionais e até as privatizou até certo ponto".

Teerã nega as acusações e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Moscou condenou os ataques como "ilegítimos".

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o recente cessar-fogo anunciado pelos EUA, "pode e deve ser bem-vindo". Segundo ele, Moscou espera que o acordo "se mostre sustentável".