O chefe do Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia, Sergei Naryshkin, afirmou nesta segunda-feira (23) que produtos militares fabricados na Sérvia estão sendo entregues à Ucrânia com a intermediação de empresas estrangeiras.
Segundo Naryshkin, as armas não chegam diretamente da Sérvia à Ucrânia. Elas são enviadas em partes para países como República Tcheca e Bulgária, onde são montadas antes de seguirem para o destino final. Com isso, a origem sérvia dos produtos é ocultada no processo.
"Tornamos públicas as informações que recebemos, indicando que produtos militares fabricados na Sérvia estão sendo fornecidos à Ucrânia por meio de empresas de outros países" declarou Naryshkin ao jornalista Pavel Zarubin.
Ele acrescentou que as munições, especialmente para armamentos de longo alcance, são enviadas em componentes e finalizadas fora da Sérvia.
O comunicado da inteligência russa lamenta a quebra de laços históricos entre os dois países.
"Por muitos séculos, uma fé comum uniu os povos sérvio e russo e os elevou para lutar juntos contra nossos inimigos . É lamentável que essas tradições de amizade e ajuda mútua estejam agora sendo anuladas pela busca do lucro e pelo multivetorismo covarde", diz a nota oficial.
Diante das acusações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, manifestou esperança de que a Sérvia tome medidas frente ao que chamou de uma questão "dolorosa" tanto para Moscou quanto para Belgrado.
Em resposta, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, determinou a suspensão das exportações de armas, justificando a decisão com o anúncio de novas medidas de controle e os planos de reforçar o próprio arsenal militar nacional.