O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a cobertura da mídia nesta segunda-feira (23), ao afirmar que os bombardeios realizados por forças norte-americanas contra alvos iranianos destruíram completamente as instalações visadas. A declaração foi publicada na rede Truth Social, usada regularmente pelo chefe da Casa Branca para se comunicar com apoiadores.
"Os locais que atingimos no Irã foram totalmente destruídos, e todos sabem disso", escreveu Trump. Em seguida, o presidente acusou a imprensa de distorcer os fatos: "Apenas a Mídia Fake News diria o contrário para tentar diminuir, ao máximo — e mesmo eles admitem que foram 'praticamente destruídos!'".
Trump citou diretamente jornalistas e executivos de veículos de imprensa, a quem responsabilizou por divulgar uma suposta versão equivocada sobre o resultado da ofensiva.
"Trabalhando especialmente para espalhar essa falsidade estão Allison Cooper da Fake News CNN, o burro Brian L. Roberts, presidente da 'Con'cast, Jonny Karl da ABC Fake News, e, como sempre, os perdedores da NBC Fake News, também da Concast", escreveu.
Ele concluiu a mensagem com ataques ao setor como um todo: "Nunca acaba com os canalhas da mídia, e é por isso que seus índices de audiência estão no NÍVEL MAIS BAIXO DE TODOS OS TEMPOS — CREDIBILIDADE ZERO!".
A declaração de Trump veio após a repercussão de análises que contradizem a versão oficial apresentada pelo governo dos Estados Unidos. Segundo uma publicação do New York Times, baseada em fontes militares de Israel e dos EUA, o ataque realizado no domingo (22) contra o complexo de Fordo causou "danos severos", mas não resultou na destruição total da instalação.
Duas autoridades israelenses relataram que imagens de satélite e inteligência indicam que a estrutura resistiu ao bombardeio. Além disso, afirmaram que o regime de Teerã teria retirado equipamentos e materiais, incluindo urânio, antes da ofensiva.
Fontes norte-americanas confirmaram que o complexo foi temporariamente desativado, mas sua estrutura subterrânea permanece em grande parte intacta. Segundo o jornalista Sean Hannity, da Fox News, os Estados Unidos utilizaram entre cinco e seis bombas GBU-57, as maiores armas não nucleares de seu arsenal, lançadas a partir de aviões furtivos B-2.
"Originalmente, especulava-se que precisariam-se de apenas duas. Acontece que eles usaram de cinco a seis", declarou Hannity, citando conversa direta com Trump.
O general Dan Caine, novo chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, afirmou em entrevista coletiva no domingo (22) que os alvos sofreram "danos severos e destruição", mas destacou que é cedo para concluir se o regime de Teerã ainda mantém capacidade operacional em seu programa nuclear.
Do lado iraniano, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, informou que o país está avaliando os danos. Relatórios preliminares de Teerã indicam que o ataque não teria comprometido irreversivelmente a infraestrutura da instalação.
Especialistas do Open Source Centre e imagens obtidas pela Maxar Technologies sugerem que o Irã antecipou a ofensiva. Caminhões foram vistos próximos às entradas do complexo, o que indica possível movimentação prévia de materiais e preparação para minimizar os impactos do ataque.
COMO IRÃ E ISRAEL CHEGARAM AO CONFRONTO DIRETO APÓS QUATRO DÉCADAS DE TENSÃO? ENTENDA EM NOSSA LINHA DO TEMPO.