O Irã lançou, nesta segunda-feira (23) um ataque contra bases militares dos Estados Unidos localizadas no Catar e no Iraque, em resposta aos recentes bombardeios realizados por Washington contra a infraestrutura nuclear do país persa, segundo diversas fontes. A operação foi chamada de "Arauto da Vitória".
As explosões foram registradas no centro da capital catariana e em Lusail. Ao mesmo tempo, circularam vídeos que mostram projéteis atravessando o céu noturno.
Um dos alvos da ofensiva foi a base aérea Al Udeid, localizada em território catariano.
Segundo comunicado dos Corpos da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (CGRI), a ação envia a mensagem a Washington de que a nação persa "não deixará sem resposta sob nenhuma circunstância a invasão de sua integridade territorial, soberania e segurança nacional".
Por sua vez, o Secretariado do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã enfatizou que "o número de mísseis usados na operação bem-sucedida foi igual ao número de bombas usadas pelos Estados Unidos no ataque às instalações nucleares do Irã".
Também enfatizou que a base de Al Udeid está localizada longe das instalações urbanas e áreas residenciais do Catar.
"Esta ação não representa nenhum perigo para o nosso país amigo e irmão, o Catar, e seu nobre povo, e a República Islâmica do Irã continua comprometida em manter e dar continuidade às relações calorosas e históricas com o Catar", enfatizou a organização.
Paralelamente, a Reuters relata, citando fontes militares, que o sistema de defesa antiaérea, localizado na província iraquiana de Anbar, foi ativado sobre a base americana em Al Asad e repeliu com sucesso o ataque, informou o Ministério da Defesa do Catar.
O Catar condenou o ataque iraniano a uma base militar americana no país e, segundo autoridades catarianas, não há registro de vítimas.
O que gerou a retaliação
A Força Aérea dos EUA havia bombardeado na noite do último sábado as instalações nucleares iranianas de Natanz, Isfahã e Fordo.
Diversos políticos e líderes internacionais condenaram as ações de Washington, qualificando-as como "escala perigosa" e "ato criminoso".
Na manhã desta segunda-feira (23), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião com o chanceler iraniano Abbas Araghchi, afirmou que "os ataques contra o Irã foram uma agressão não provocada que não tem nenhuma justificativa" e destacou que Moscou está empenhada em prestar apoio ao povo iraniano.