Dois países do G7 consideram retirar seu ouro dos EUA

Alemanha e Itália estão considerando retirar suas reservas de ouro dos Estados Unidos devido às crescentes tensões geopolíticas e às repetidas críticas do presidente Donald Trump à Reserva Federal americana, informou na segunda-feira (23) o Financial Times.

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De acordo com o ex-deputado Fabio de Masi, há "fortes argumentos" para transferir o ouro dos EUA para a Europa "em tempos turbulentos".

A Associação de Contribuintes da Europa (TAE) enviou cartas pedindo aos ministros das finanças e aos presidentes dos bancos centrais da Alemanha e da Itália que reconsiderem sua confiança no banco central americano (FED) como guardião do metal.

"Estamos muito preocupados com a possibilidade de Trump manipular a independência do FED", afirmou ao Financial Times Michael Jäger, presidente da TAE.

"Aconselhamos trazer o ouro [alemão e italiano] de volta [para pátria] para garantir que os bancos centrais europeus tenham controle ilimitado sobre ele a qualquer momento", explicou.

Interesse nacional e relações comerciais

Na Alemanha, a ideia está atraindo o apoio de ambos os lados do espectro político. Alguns políticos acreditam que o banco central alemão "não deve tomar atalhos" quando se trata de proteger as reservas de ouro do país.

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Já na Itália, em 2019, o partido da primeira-ministra Giorgia Meloni, então na oposição, já tinha pressionado pela repatriação das reservas de ouro do país. No entanto, desde que assumiu o poder no final de 2022, se absteve de tocar no assunto, buscando manter um bom relacionamento com o presidente dos EUA e, ao mesmo tempo, evitar grandes consequências da guerra comercial.

Alemanha e Itália possuem a segunda e a terceira maiores reservas de ouro do mundo, depois dos Estados Unidos. Ambos os países dependem fortemente do FED, onde cada um armazena mais de um terço de suas barras de ouro. Combinadas, suas reservas de ouro têm um valor de mercado de US$ 245 bilhões.