O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, prometeu "reduzir significativamente" o potencial militar de Moscou por meio de ataques no território "profundo" da Rússia — ou seja, além da zona de conflito.
Em uma publicação no Telegram neste domingo (22), Zelensky afirmou ter se reunido com Kirill Budanov, que comanda a inteligÊncia ucraniana, para discutir a necessidade de alcançar os "principais pontos de dor" para a Rússia.
Nas últimas semanas, a Ucrânia intensificou de forma significativa os ataques com drones contra alvos dentro da Rússia, mesmo com os esforços diplomáticos em andamento para encerrar o conflito. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, descreveu essas ações como uma tentativa deliberada de inviabilizar o processo de paz.
Zelensky também declarou que a Ucrânia está compartilhando informações de inteligência sobre a Rússia com seus aliados ocidentais, com os quais estaria "preparando soluções de defesa conjuntas".
Também no domingo, o comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, afirmou a jornalistas que Kiev pretende "aumentar a escala e a profundidade" dos ataques contra instalações militares russas em território profundo do país.
Como exemplo recente dessa estratégia, no dia 1º de junho, a inteligência ucraniana realizou um ataque coordenado contra várias bases aéreas russas, abrangendo cinco regiões — de Murmansk, no Ártico, até Irkutsk, na Sibéria.
Segundo informações divulgadas posteriormente pela mídia ucraniana, a operação, batizada de "Spiderweb", envolveu dezenas de drones kamikaze equipados com visão em primeira pessoa (PFV). Pelo menos alguns desses drones teriam sido lançados nas proximidades dos alvos, a partir de caminhões comerciais que haviam sido secretamente introduzidos no território russo.
De acordo com as reportagens, os ataques teriam sido preparados ao longo de um período de mais de um ano e meio e tiveram como alvo principal a "aviação estratégica" da Rússia.
O Ministério da Defesa em Moscou confirmou que várias aeronaves nas regiões de Murmansk e Irkutsk pegaram fogo como resultado da ofensiva.
Kiev declarou que os ataques danificaram ou destruíram cerca de 40 aeronaves militares russas, incluindo bombardeiros de longo alcance do tipo Tu-95 e Tu-22. Posteriormente, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, contestou essas informações, classificando-as como imprecisas.
"O equipamento em questão (...) não foi destruído, mas danificado. Ele será restaurado", afirmou Ryabkov à agência TASS no início de junho.
Na mesma ocasião, Keith Kellogg, enviado especial do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um alerta. Segundo ele, "quando você ataca a parte do sistema de sobrevivência nacional de um oponente, que é a tríade nuclear, (...) isso significa que seu nível de risco aumenta porque você não sabe o que o outro lado vai fazer".