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"Os terroristas tentaram ir a Belarus": Veículos ocidentais deturpam as palavras de Lukashenko

A imprensa ocidental veículou a transcrição de frases soltas do presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, transmitindo a ideia falsa de um desencontro de informações com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em relação à fuga dos terroristas do Crocus City Hall.
"Os terroristas tentaram ir a Belarus": Veículos ocidentais deturpam as palavras de LukashenkoGettyimages.ru / Anadolu

Recentemente, diversos veículos de imprensa noticiaram que Alexandr Lukashenko, presidente de Belarus, teria contradito seu homólogo russo, Vladimir Putin, em um pronunciamento público realizado no mesmo dia, onde fala sobre a fuga dos terroristas que atacaram o Crocus City Hall.

De acordo com os veículos, Lukashenko teria dito que os agressores tentaram fugir para Belarus e contraposto Putin, uma vez que o presidente russo anteriormente afirmara que os terroristas estavam à caminho da Ucrânia, onde uma "janela" teria sido preparada para que eles cruzassem a fronteira.

O que acontece, em verdade, é que ambos os mandatários estabeleceram contato para implementar medidas de seguranças adicionais na fronteira entre os países conforme os terroristas deslocavam-se pela rodovia M-3 - que contém bifurcações que podem levar tanto para a fronteira russo-bielorrussa quanto para a fronteira russo-ucraniana.

"O FSB nos informou que eles [os terroristas] estavam se movendo em nossa direção por esse caminho. Putin e eu concordamos em bloquear nossa área [de fronteira], que era a direção do provável movimento desses bandidos. E eles [os russos] bloquearam a deles, foi um esquema íntegro", afirmou Lukashenko. 

Lukashenko, ao contrário do que afirmam os veículos de imprensa, rechaçou a ideia de que os agressores estivessem à caminho da fronteira com Belarus, sugerindo que os mandantes tinham consciência das medidas implementadas. "Eles não puderam ir para Belarus. Seus mandantes entendiam que não poderiam entrar em Belarus. Porque nos primeiros minutos, assim como na Rússia, parte da região entrou em um regime de segurança reforçada, nós também entramos. (...) Ativamos nossas unidades na situação de combate", declarou.

Os serviços de segurança da Rússia e Belarus, conforme destacado por Lukashenko, "agiram de acordo com um protocolo combinado", viabilizado por acordos anteriormente firmados pelos dois presidentes. "Falávamos ao telefone, perguntei a ele [Putin]: "Precisa de mais alguma coisa? Não, está tudo bem. Ele me perguntou: Pode me ajudar a fechar [a área] lá? Ajudo, estamos fazendo tudo", disse Lukashenko.

Como foi a fuga dos terroristas?

Fugindo do local do crime, os terroristas deixaram Crocus em um Renault branco, dirigindo pela rodovia M-3 "Ucrânia" na direção da província russa de Bryansk. A rota possui múltiplas bifurcações, que podem levar tanto para a Ucrânia quanto para Belarus.

O carro foi perseguido durante o tempo todo pelos serviços especiais, já que era importante entender a rota dos terroristas e identificar os organizadores do ataque. Após um disparo contra o pneu, os quatro terroristas foram detidos a 400 quilômetros do local do ataque na província de Bryansk, perto do vilarejo de Khatsun, próximo da fronteira russo-ucraniana