55 horas: brasileira desaparece após queda em vulcão na Indonésia e resgate é suspenso pelo clima

Resgate foi suspenso devido a neblina e ventos fortes; família nega que Juliana tenha recebido ajuda.

As buscas pela brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foram oficialmente suspensas neste domingo (22), após mais de 55 horas desde o acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia.

A jovem caiu de uma altura de aproximadamente 300 metros durante o percurso e segue desaparecida. Segundo familiares, as condições climáticas impediram a continuidade do resgate.

De acordo com Mariana Marins, irmã de Juliana, as equipes de busca enfrentam neblina intensa e ventos fortes na região montanhosa, o que forçou a interrupção dos trabalhos. 

Segundo relatos enviados à família, duas equipes de resgate permanecem na área e estão acampadas no Cater Rim Sembalun. A previsão é que as buscas sejam retomadas na manhã de segunda-feira (23), no horário local.

O uso de helicóptero foi descartado pelos socorristas devido ao risco elevado na região do penhasco. "A única forma de o helicóptero ajudar seria se a vítima já estivesse em um ponto seguro, como o acampamento", informaram os socorristas à família.

A jovem carioca foi localizada horas após a queda por turistas, com o auxílio de um drone térmico. No entanto, as equipes de resgate ainda não conseguiram alcançá-la e a família diz que ela não se encontra mais no mesmo local. 

Família contesta informações oficiais

Nas redes sociais, a família Marins afirma que as autoridades indonésias e a Embaixada do Brasil em Jacarta divulgaram informações falsas sobre o estado de Juliana.

"Não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho. Até agora não conseguiram chegar até ela", declarou Mariana.

Segundo a irmã da mochileira, as cordas utilizadas pela equipe tinham apenas 150 metros, enquanto a queda foi superior a 300 metros.

Mariana também denunciou a circulação de vídeos nas redes sociais que teriam sido forjados para simular um resgate bem-sucedido. "Todos os vídeos são mentiras. O vídeo foi forjado para parecer isso", afirmou.

Juliana foi vista pela última vez por volta das 17h30 (horário local) de sábado (21), por imagens feitas com drone por turistas. As imagens confirmam que ela estava caída, ainda consciente, na trilha.

Denúncias de abandono e críticas ao governo brasileiro

De acordo com a irmã, Juliana foi deixada para trás durante a trilha, após comunicar cansaço ao guia do grupo. "O guia falou: 'então descansa' e seguiu viagem", relatou Mariana, afirmando que a jovem foi abandonada pela equipe da empresa de turismo que organizava o passeio.

O pai da jovem, Manoel Marins, também criticou a ausência de apoio por parte das autoridades brasileiras em declaração à TV Globo.

"A embaixada não está dando apoio algum. O governo brasileiro também não está nos ajudando. Isso é muito triste e muito grave. É uma menina de 26 anos, cidadã brasileira, e ninguém está se importando", declarou.

Juliana Marins é natural de Niterói (RJ), formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ, e atua como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela viajava sozinha pela Ásia, com passagem por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.