O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, anunciou neste domingo (22) que chegará à capital russa, Moscou, ainda nesta tarde.
"Esta tarde vou a Moscou e amanhã de manhã tenho uma reunião com o presidente [russo] Vladimir Putin", disse o ministro durante coletiva de imprensa em Istambul.
"A Rússia é amiga do Irã e desfrutamos de uma parceria estratégica, por isso sempre nos consultamos e coordenamos nossas posições", acrescentou.
Ele destacou que a Rússia integra o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, acordo sobre o programa nuclear iraniano que entrou em colapso após a retirada unilateral dos EUA em 2018) e sempre participou das negociações nucleares.
"Mesmo nos últimos dois ou três meses, enquanto negociávamos com os Estados Unidos, sempre informamos nossos amigos russos sobre qualquer progresso ou falta de progresso em nossas conversas", comentou.
Ele declarou que manterá consultas sérias com Putin. "A Rússia também é membro permanente do Conselho de Segurança e sabemos que estava tentando, juntamente com a China, apresentar uma resolução no Conselho para a cessação das hostilidades", acrescentou Araghchi, enfatizando que "obviamente, a situação agora mudou".
Mais cedo, Araghshi repudiou os ataques noturnos dos EUA, afirmando que "eles terão consequências eternas", acrescentando que "de acordo com a Carta da ONU e suas disposições, que permitem uma resposta legítima em própria defesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo".
- O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no sábado (21) que as Forças Aéreas dos EUA concluiram um "ataque bem-sucedido" contra três instalações nucleares no Irã. "Concluímos nosso ataque bem-sucedido em três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordo, Natanz e Isfahan. Todas as aeronaves estão fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga completa de bombas foi lançada na principal instalação, Fordo", explicou. "Não há outro exército no mundo que poderia ter feito isso. Chegou a hora da paz!", disse Trump.
- Vários políticos e líderes mundiais condenaram as ações de Washington, chamando-as de "escalada perigosa" e "ato criminoso".
- A Rússia denunciou repetidamente a recente escalada no Oriente Médio como uma "catástrofe nuclear em larga escala". Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, expressou profunda preocupação com as "consequências imprevisíveis para toda a situação na região do Oriente Médio".
Como as negociações sobre o programa nuclear do Irã levaram à ofensiva israelense? Entenda em nosso artigo.
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