
Irã diz estar aberto à diplomacia, mas acusa Israel de sabotar negociações

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, afirmou neste sábado (21) que Teerã está disposto a uma solução negociada, como ocorreu em 2015. No entanto, segundo ele, Israel está claramente contra qualquer esforço diplomático, informou a agência turca Anadolu.
Falando à imprensa durante a cúpula de chanceleres dos países membros da Organização para a Cooperação Islâmica, realizada em Istambul, Araghchi destacou que o Irã não pode negociar com Washington enquanto a população iraniana segue sob bombardeio.
"A diplomacia pode funcionar. Funcionou no passado e pode funcionar no futuro. Mas, para que voltemos à diplomacia, é preciso acabar com a agressão", afirmou o ministro.
"Os Estados Unidos estão envolvidos na agressão desde o primeiro dia", acrescentou. "Por desgraça, ouvimos que os Estados Unidos podem se juntar a essa agressão. Isso seria muito lamentável e, creio, muito, muito perigoso para todos", enfatizou o chanceler.
O acordo nuclear

Em 2015, o Irã, o grupo P5+1 (Reino Unido, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) e a União Europeia assinaram o Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla em inglês), que previa o levantamento de uma série de sanções contra Teerã em troca do compromisso iraniano de não desenvolver nem adquirir armas nucleares.
No entanto, em 2018, durante o primeiro governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Washington se retirou unilateralmente do acordo, reimpôs sanções e aplicou novas medidas restritivas. Em resposta, o Irã suspendeu gradualmente suas obrigações previstas no pacto.
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