Em publicação na rede social X nesta sexta-feira (20), a Embaixada da China no Brasil fez uma comparação entre a malha ferroviária de trens de alta velocidade do país asiático entre 2012 e 2024.
O post foi realizado em meio a avanços em projetos logísticos considerados estratégicos no continente sul-americano, além de declarações que reforçam o interesse chinês em expandir a rede de trens no Brasil.
Na imagem divulgada, consta que a China ampliou significativamente a extensão do modal, a velocidade e a conectividade de suas ferrovias, consolidando uma rede moderna voltada ao transporte de passageiros e cargas. O post também enfatiza que o modelo ferroviário chinês é "do povo para o povo".
Os investimentos chineses na modernização e expanção da infraestrutura ferroviária brasileira buscam impulsionar projetos logísticos continentais, que prometem revolucionar o comércio global.
O objetivo é construir corredores que liguem regiões do interior aos principais portos do país, facilitando o acesso da América do Sul ao mercado asiático. As negociações incluem iniciativas com participação de empresas chinesas, como a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) e conexões com a Ferrovia Norte-Sul.
As iniciativas compõem um plano mais amplo para desenvolver corredores bioceânicos, que conectam o Brasil à Bolívia, ao Peru e ao Chile, com acesso ao Oceano Pacífico. A proposta busca reduzir a dependência das rotas de exportação tradicionais, fortalecendo a posição do Brasil no comércio mundial.
Além de investimentos, a cooperação envolve transferência de tecnologia, capacitação técnica e soluções logísticas integradas. Segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, "a China é, hoje, um parceiro com quem o Brasil pode planejar o futuro". Ele destaca a importância de avançar para um modelo de cooperação que contemple ciência, tecnologia e indústria.
A parceria também está homologada a metas ambientais brasileiras, apontando o transporte ferroviário como uma alternativa mais ecológicamente sustentável ao modal rodoviário. De acordo com o Ministério dos Transportes e a ApexBrasil, o fortalecimento do setor ferroviário contribui para os compromissos climáticos reforçados pelo Brasil.
"Rasgar o Brasil" com ferrovias
No início de maio, a ministra do Planejamento do Brasil, Simone Tebet, afirmou que a China demonstra forte interesse em investir na malha ferroviária brasileira. Segundo ela, o governo federal já mantém negociações com grupos chineses por meio dos ministros dos Transportes, Renan Filho, e da Casa Civil, Rui Costa.
Tebet destacou que o Brasil não destina recursos públicos para a promoção do modal ferroviário, ficando assim dependente da iniciativa privada e de investidores estrangeiros para avançar com projetos de infraestrutura.
"Não há recurso público para fazer ferrovias. O Brasil precisa do investimento privado e estrangeiro. E a China também ganha com isso, eles estão interessados em ajudar a rasgar o Brasil por ferrovias", afirmou a ministra durante o programa "Poder em Pauta", da Carta Capital.