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Putin é questionado sobre pedidos para assassinar líder supremo do Irã

"A Federação Russa sempre foi a favor de garantir a segurança de cada país sem comprometer a segurança do outro. Essa é nossa abordagem fundamental", disse o presidente russo.
Putin é questionado sobre pedidos para assassinar líder supremo do IrãSputnik / Ivan Secretarev

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que não vê nada de novo nas declarações ameaçadoras do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o assassinato do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.

"Gostaria muito que essas coisas que você mencionou permaneçam no campo da retórica", afirmou Putin em resposta a uma pergunta durante durante sessão plenária do 28º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.

Perguntado sobre o que achava dos chamados "novos valores" de alguns países que acreditam que podem ditar seus termos a outros estados, o líder russo disse que não há nada de novo nisso. "A Federação Russa, quero enfatizar, sempre foi a favor de garantir a segurança de cada país sem comprometer a segurança do outro. Essa é nossa abordagem fundamental", acrescentou.

Nesta semana, Benjamin Netanyahu declarou que o assassinato do aiatolá Ali Khamenei não aumentaria o conflito, mas sim o encerraria. Donald Trump afirmou que seu país sabe onde o líder supremo do Irã está escondido e que "ele é um alvo fácil". O próprio Khamenei chamou as recentes declarações do presidente dos EUA de "ameaçadoras e ridículas".

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu como "alarmantes" as declarações do chefe do governo israelense, denunciando a falta de vontade de Tel Aviv de encontrar uma solução pacífica para o confronto com Teerã. O presidente russo afirmou que nem sequer considera a possibilidade de discutir o assassinato do líder supremo iraniano.

Mediação no Oriente Médio

Comentando sobre a oferta da Rússia de mediar as negociações sobre o conflito israelense-iraniano, o presidente enfatizou que, em tais casos, "é sempre melhor não nos anteciparmos para não prejudicar o processo", mas ele acredita que há pontos de possível consenso.

"Não vamos agir como mediadores, estamos apenas propondo ideias. E se elas forem atraentes para ambos os países, ficaremos muito felizes", disse Putin. O mandatário russo confirmou que mantém contatos com o Irã, bem como com Israel e os Estados Unidos.

Rejeição internacional

  • Desde as primeiras horas do dia 13 de junho, quando Israel lançou um ataque não provocado contra o Irã, as duas nações têm trocado bombardeios. Rússia, China e vários outros países em todo o mundo condenaram veementemente a ofensiva israelense como uma grave violação da lei internacional e da Carta da ONU.

  • O presidente russo Vladimir Putin condenou os ataques israelenses em conversa com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, e expressou preocupação com uma possível escalada do conflito, que "teria consequências imprevisíveis para toda a situação na região do Oriente Médio". Da mesma forma, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, alertou que as ações de Israel estão empurrando a região para uma "catástrofe nuclear em grande escala".

  • Falando a repórteres à margem do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo na quarta-feira, Putin declarou que há opções para acabar com as hostilidades entre Irã e Israel. "Seria correto que todos buscassem juntos maneiras de acabar com as hostilidades e encontrar uma oportunidade para que todas as partes desse conflito chegassem a um acordo entre si", afirmou o presidente.

  • Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou em comunicado que os ataques de Israel às instalações nucleares pacíficas do Irã são ilegais e estão empurrando o mundo para uma catástrofe nuclear.

  • Na América Latina, várias nações, incluindo Brasil, Venezuela, Cuba e Nicarágua, expressaram repúdio às ações de Tel Aviv. Países do mundo islâmico, como Turquia, Arábia Saudita, Egito e Paquistão reagiram de forma semelhante.