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"Cinzenta e intervencionista": Venezuela repudia nota do Itamaraty sobre as eleições venezuelanas

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nesta terça-feira um texto afirmando que o Governo brasileiro acompanha com "expectativa e preocupação" o processo eleitoral venezuelano.
"Cinzenta e intervencionista": Venezuela repudia nota do Itamaraty sobre as eleições venezuelanasGettyimages.ru / AGB Photo Library/Universal Images Group

O Governo da Venezuela classificou de "cinzenta e intervencionista" uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil a respeito das eleições venezuelanas, afirmando que "parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos".

"O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela repudia a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são emitidos comentários carregados de profunda ignorância e ignorância sobre a realidade política na Venezuela", diz trecho do comunicado.

O Itamaraty divulgou nesta terça-feira um texto afirmando que o Governo brasileiro acompanha com "expectativa e preocupação" o processo eleitoral venezuelano, observando o impedimento à candidatura de Corina Yoris, candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição.

Neste contexto, a Chancelaria venezuelana exigiu "respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos" e em sua democracia, destacando que o Governo do presidente Nicolás Maduro, tem mantido uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações de amizade com o Brasil e "em nenhuma hipótese emite ou emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais que estão ocorrendo naquele país".

"Chama a atenção que a Chancelaria brasileira não esteja preocupada com as tentativas de magnicídio e desestabilização que foram desmanteladas nas últimas semanas, incluindo a tentativa de ontem, quando um extremista da organização Vente Venezuela foi preso com armas prontas para atacar a vida do presidente Nicolás Maduro Moros durante a impressionante manifestação que o acompanhou no momento de sua inscrição como candidato", diz a nota.

Apesar da crítica, a nota conclui agradecendo às "expressões de solidariedade" e apoio político do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que "direta e inequivocamente, condenou o bloqueio criminoso e as sanções que o Governo dos Estados Unidos impôs ilegalmente" ao povo venezuelano.