
Procurador-geral do Reino Unido questiona legalidade de Israel e pode barrar ajuda britânica

Richard Hermer, procurador‑geral do Reino Unido, questiona a legalidade dos ataques israelenses ao Irã e pode restringir o apoio britânico a possíveis ofensivas ao lado dos EUA, segundo informa a Sky News, nesta quinta-feira (19).

Se Hermer considerar ilícitas as operações, o Reino Unido poderá ser impedido de autorizar uso de bases como Diego Garcia e Chipre em ações contra instalações nucleares iranianas, salvo em caso de agressão direta a suas forças.
O parecer, ainda não publicado, aumenta a incerteza sobre o apoio britânico a eventuais ofensivas norte‑americanas. A discussão reforça o debate sobre o papel do Reino Unido em um possível confronto.
Sem evidências de riscos
Israel defende‑se alegando que o programa nuclear iraniano representa "ameaça iminente" e "existencial", com base em suposta "inteligência não revelada" que apontaria plano de ataque contra o país.
Críticos destacam a falta de evidências públicas e citam a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), que não confirmou risco imediato.
Especialistas em direito internacional reconhecem, segundo a Sky News que a proporcionalidade poderia estar atendida em caso de um "perigo iminente", mas questionam a "necessidade" e a definição de "iminência" do suposto perigo.
O foco de Hermer é avaliar se havia ameaça real antes dos bombardeios. Histórico semelhante ocorreu em 2003, quando pareceres evoluíram antes da guerra no Iraque.
A Procuradoria‑Geral reafirmou que seus pareceres são sigilosos, seguindo convenção que preserva a avaliação legal. Até lá, a dúvida jurídica pode limitar o apoio do Reino Unido a Israel no atual momento de tensão no Oriente Médio.

