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Putin adverte Alemanha caso envie Taurus a Kiev: 'envolvimento direto' no conflito

O presidente russo descartou Berlim como possível mediador na região, uma vez que atua como cúmplice da parte ucraniana.
Putin adverte Alemanha caso envie Taurus a Kiev: 'envolvimento direto' no conflito

Durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (18), no Fórum Econômico de São Petersburgo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou que o envio e a utilização de mísseis Taurus no conflito ucraniano significaria um envolvimento direto da Alemanha no conflito ucraniano.

Putin apontou que o Taurus é uma arma "de alta precisão" que não pode ser operada pelas forças militares da Ucrânia. "Eles não podem usar o Taurus sem inteligência de satélite. Isso é algo que só países ocidentais podem fazer", explicou, enfatizando que é necessário que oficiais alemães estejam presentes para utilizar o armamento.

"Isso significa que tropas da Bundeswehr [Forças Armadas da Alemanha] iriam fazer ataques contra o território russo com armas alemãs. (...) O que é isso, se não arrastar a República Federal [da Alemanha] em uma guerra contra a Federação Russa? Não há outra forma de chamar isso", declarou o presidente russo.

O mandatário ainda ressaltou que esse desfecho não é o desejado pelo lado russo, "mas se a liderança da República Federal [da Alemanha] fizer tal escolha, nós teremos que lidar com isso", sendo um movimento que certamente "causaria muito dano" à relação entre os dois países.

Alemanha não está em posição de mediação 

Assim, o presidente russo descartou a possibilidade da Alemanha atuar como mediadora nas negociações relacionadas ao conflito na Ucrânia. Segundo ele, Berlim não reúne condições para exercer esse papel uma vez que atua como cúmplice de uma das partes do conflito, sem nunca ter adotado uma postura neutra em relação às tensões entre Moscou e Kiev. 

Como exemplo, mencionou a utilização de tanques e equipamentos alemães por Kiev no conflito regional, tanto em áreas ucranianas, quanto na província russa de Kursk.

No entanto, o presidente russo afirmou estar aberto ao diálogo com autoridades alemãs, incluindo o chanceler Friedrich Merz. "Se quiser me chamar por telefone e conversar, estaremos sempre abertos", manifestou Putin. 

Putin ainda pôs em xeque a credibilidade do mundo ocidental como mediador de conflitos ao redor do globo: "Se quem escreve as regras para os outros não as segue, quem é que vai viver de acordo com essas regras?", enfatizou o líder russo.

Por fim, o presidente reiterou que a Rússia não representa ameaça à estabilidade do continente europeu, considerando acusações dessa natureza como uma verdadeira "bobagem": "O que é isso, vamos atacar a Otan? Que tipo de absurdo é esse?", questionou o mandatário.