Ataques de Israel ao Irã ameaçam colapso energético e inflação global

O país persa possui a segunda maior reserva de gás natural do mundo e é o quarto maior produtor de petróleo.

Ataques israelenses iniciados no sábado (14) a alvos civis e instalações energéticas no Irã, incluindo uma planta de gás, ampliaram a tensão entre os países e acenderam alertas sobre os riscos para a economia global, segundo o portal Axios.

O Irã possui a segunda maior reserva de gás natural do mundo, com mais de 17% das reservas mundiais e é o quarto maior produtor de petróleo. A continuidade do conflito ameaçaria o abastecimento energético mundial, alertam analistas.

Petróleo em alta, inflação em cadeia

Os efeitos já aparecem nos preços. O barril do Brent chegou a subir 13% após os ataques, estabilizando com alta de 7%. Segundo o FMI, cada alta de 10% no petróleo adiciona 0,4 ponto percentual à inflação das economias avançadas.

Na América Latina, segundo especialistas, a alta nos combustíveis deve pressionar balanças comerciais e inflação.

Risco de bloqueio no Estreito de Ormuz

O Estreito de Ormuz, por onde passa quase 20% do petróleo global, é outro foco de preocupação. Autoridades iranianas admitem estudar o bloqueio da rota, o que poderia elevar o barril a US$ 250, segundo especialistas locais.

Europa vulnerável e impacto global

A União Europeia, dependente de importações de energia, seria uma das regiões mais atingidas, com riscos para a indústria e agricultura, podendo “travar a recuperação econômica e acirrar tensões sociais", segundo a imprensa europeia.

A crise se agravou ainda mais após o ataque de Israel a uma planta de gás no megacampo South Parsmaior – reserva de gás compartilhada entre Irã e Catar –, forçando a paralisação temporária da produção.

Com o impasse na Ucrânia, a possibilidade de uma guerra ampla com o Irã eleva a tensão internacional.