Maria Zakharova, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, comentou nesta terça-feira (17) sobre a Cúpula do G7, realizada na cidade canadense de Calgary:
''O principal resultado da reunião do G7 foi a declaração do dano multibilionário causado pelas sanções antirrussas - um tiro no próprio pé foi constatado'', escreveu a representante em seu canal do Telegram.
O ex-presidente Dmitry Medvedev, atual Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, fez declarações semelhantes, e observou que quando participou dos encontros durante seu mandato (2008-2012), o grupo já era composto por ''zumbis''. ''Já está claro há muito tempo que é um clube morto'', observou.
''No G7, Trump colocou os cães de estimação europeus, liderados por Micron, em seu devido lugar. Muito bem! Ele os repreendeu por expulsar a Rússia, recusou-se a discutir as sanções e foi embora'', escreveu Medvedev em seu perfil no X.
O ex-presidente faz referência à postura de Donald Trump, que durante o encontro, descartou novas sanções contra Moscou, observando que elas 'custam muito' a Washington. O americano também deixou a cúpula antes do previsto.
Trump também qualificou a decisão de excluir a Rússia do grupo, tomada em 2014, em razão da reintegração da península da Crimeia, como um ''erro''. ''Acho que não haveria guerra agora se a Rússia tivesse participado", opinou.
''Não há nem necessidade de existir''
Já o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou a Calgary para participar da cúpula ampliada do G7, chegou a afirmar que o grupo não deveria existir.
''O G7, depois de existir o G20, não há nem necessidade de existir. O G20 é mais representante'', disparou a jornalistas que cobriam o evento, atribuindo a criação da instituição a uma ''questão cultural'' e à crise do petróleo iniciada em 1973.
''O G20 tem mais importância, mais densidade humana, mais densidade econômica. (...) Eu participo [do G7] só pra não dizerem que eu recuso a festa dos ricos'', concluiu.
Relembre:
Com a crise financeira de 2008, as grandes potências perceberam a necessidade de convocar os países em desenvolvimento (sobretudo os membros do BRICS, que registraram impressionante crescimento no período) à mesa de discussão. Com isso, o G20 teve um grande salto de importância, passando a ser frequentado por chefes de Estado.
O G8 (que até então incluía a Rússia) seguiu mantendo reuniões periódicas de alto nível, mas com um aumento em plataformas ''outreach'', com o objetivo de ampliar a voz de países africanos, asiáticos e latino-americanos.