O Irã pediu aos líderes do G7 que "abandonem sua retórica unilateral" após a declaração conjunta do grupo emitida na segunda-feira (16), na qual eles disseram que "Israel tem o direito de se defender".
"A declaração dos líderes do G7 ignorou a agressão flagrante de Israel contra o Irã e os ataques ilegais à nossa infraestrutura nuclear pacífica, bem como o ataque indiscriminado a áreas residenciais e a morte de nossos cidadãos", escreveu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baqaei, em sua conta no X.
Ele pediu aos países do grupo que assumam "a responsabilidade legal e moral por um ato hediondo de agressão contra um membro da ONU".
"Devem chamar as coisas pelo nome. A guerra de agressão de Israel contra o Irã é um golpe prejudicial à Carta da ONU e à lei internacional", disse, pedindo ao grupo que "abandone sua retórica unilateral e aborde a verdadeira fonte da escalada: a agressão de Israel".
O porta-voz declarou ainda que "o caminho para a estabilidade regional exige o fim imediato da agressão de Israel e sua responsabilização por suas violações do direito internacional".
Os líderes do G7 emitiram uma declaração conjunta na segunda-feira (17) sobre a escalada entre Tel Aviv e Teerã, à margem de uma cúpula no Canadá.
"Israel tem o direito de se defender. Reiteramos nosso apoio à segurança de Israel. O Irã é a principal fonte de instabilidade e terror regional. Sempre deixamos claro que o Irã nunca poderá ter uma arma nuclear. Pedimos que a resolução da crise iraniana leve a uma redução ainda maior das hostilidades no Oriente Médio, incluindo um cessar-fogo em Gaza", afirma a declaração.
Rejeição internacional
- Desde a madrugada de 13 de junho, quando Israel lançou um ataque não provocado contra o Irã, os dois países têm trocado bombardeios. A Rússia, a China e muitos países em todo o mundo condenaram veementemente a ofensiva israelense como uma grave violação da lei internacional e da Carta da ONU.
O presidente russo, Vladimir Putin, condenou os ataques em conversa com o presidente norte-americano, Donald Trump, e expressou séria preocupação com a possível escalada do conflito, que "terá consequências imprevisíveis para toda a situação na região do Oriente Médio". Além disso, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, alertou que as ações de Israel estão empurrando a região para uma "catástrofe nuclear em grande escala".
Na América Latina, vários países, como Brasil, Cuba, Venezuela e Nicarágua, expressaram rejeição às ações de Tel Aviv. Países do mundo islâmico, como Turquia, Arábia Saudita, Egito e Paquistão, também reagiram de forma semelhante.
Como as negociações sobre o programa nuclear do Irã levaram à ofensiva israelense? Entenda em nosso artigo.