
Quase 80% da Câmara derruba nova taxação proposta por Lula e Haddad

Na noite da segunda-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou, por 346 votos a 97, o regime de urgência para o projeto que revoga o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), decretado pelo governo Lula.
A medida, articulada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visava reforçar a arrecadação federal em 2025, mas foi interpretada pelos deputados como um "abuso do Executivo".

A votação envia um recado político claro ao Planalto: o Congresso não está disposto a engolir medidas impopulares sem diálogo. A aprovação da urgência permite que o projeto seja votado em plenário a qualquer momento, o que aumenta a pressão sobre Haddad, que já enfrenta dificuldades para equilibrar o Orçamento.
O governo não divulgou quanto esperava arrecadar com a medida, mas cálculos internos apontam algo entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões no próximo ano.
A derrota acirra ainda mais o clima entre o Executivo e o Congresso, que já cogita devolver ao governo a medida provisória que oficializa o aumento. Parlamentares sugerem alternativas como o uso de dividendos de estatais — Petrobras, BB e BNDES — para cobrir a perda de arrecadação.
Na votação, partidos como União Brasil, PP, PSD e PDT — que ocupam ministérios — se posicionaram contra o governo.
Já legendas da base como PT, PV, PCdoB, PSOL e Rede orientaram voto contrário à urgência. Mesmo assim, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), liberou a bancada, reconhecendo que não havia ambiente político para segurar a medida.
