Nesta terça-feira (17), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, denunciou a falta de vontade de Israel de encontrar uma solução pacífica para o conflito com o Irã.
O porta-voz da presidência confirmou que Moscou está pronta para mediar a situação no Oriente Médio. "O lado russo, e em particular o presidente Putin, disse que, se necessário, a Rússia estará pronta para fornecer seus serviços de mediação", afirmou Peskov. "No momento, notamos uma falta de vontade, pelo menos do lado israelense, de recorrer a qualquer tipo de mediação e de buscar uma forma pacífica de resolver o conflito. É isso o que estamos vendo", disse ele.
Além disso, o porta-voz do Kremlin comentou sobre as recentes declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que pediu a todos que evacuassem imediatamente a capital iraniana, Teerã, bem como as declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que o assassinato do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, encerraria o conflito.
"A situação é alarmante, é claro, nós vimos e ouvimos essas declarações, a situação se encaminha para uma escalada galopante com um nível absoluto de imprevisibilidade", destacou Peskov. Ele enfatizou ainda que a Rússia pediu aos lados para que “ajam com o máximo de moderação” a fim de avançar em direção a uma solução pacífica e diplomática.
Na segunda-feira, Konstantin Kosachev, vice-presidente do Conselho da Federação (a câmara alta do parlamento russo), enfatizou que Vladimir Putin parecia ser o único líder no cenário mundial que mantém contatos diretos com os principais líderes do Irã, de Israel e dos Estados Unidos.
Na última sexta-feira, o chefe de Estado russo conversou por telefone com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, e Benjamin Netanyahu em meio às crescentes tensões no Oriente Médio. Em sua conversa com Pezeshkian, ele expressou condolências pelas vítimas e condenou as ações israelenses, dizendo que elas foram realizadas em violação à Carta da ONU e à lei internacional.
Rejeição internacional
- Desde a madrugada de 13 de junho, quando Israel lançou um ataque não provocado contra o Irã, os dois países têm trocado bombardeios. A Rússia, a China e muitos outros países em todo o mundo condenaram veementemente a ofensiva israelense como uma grave violação da lei internacional e da Carta da ONU.
O presidente russo, Vladimir Putin, condenou os ataques em conversa com o presidente norte-americano, Donald Trump, e expressou séria preocupação com a possível escalada do conflito, que "terá consequências imprevisíveis para toda a situação na região do Oriente Médio". Além disso, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, alertou que as ações de Israel estão empurrando a região para uma "catástrofe nuclear em grande escala".
Na América Latina, vários países, como Brasil, Cuba, Venezuela e Nicarágua, expressaram repúdio às ações de Tel Aviv. Países do mundo islâmico, como Turquia, Arábia Saudita, Egito e Paquistão, também reagiram de forma semelhante.
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