Gigantes chinesas projetam investimentos em tecnologia e dados no Brasil

As empresas chinesas Huawei Technologies e ByteDance estão ampliando seus planos de investimento no Brasil, com foco em infraestrutura de nuvem e inteligência artificial (IA). As movimentações fazem parte de uma estratégia mais ampla de aprofundamento das relações tecnológicas entre China e América Latina, e já provocam reações de preocupação por parte dos Estados Unidos, que acompanham de perto a crescente influência digital de Pequim na região.

Segundo informações da Folha de São Paulo publicadas nesta segunda-feira (16), a Huawei está prestes a firmar um acordo com a estatal Dataprev, responsável por administrar os dados sociais do país. A parceria prevê o uso dos data centers da empresa pública.

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Além disso, a gigante chinesa também negocia com a Edge UOL, unidade de serviços em nuvem do Grupo UOL PagSeguro, com o objetivo de expandir a atuação em território brasileiro.

As tratativas avançaram durante uma reunião em maio, realizada na cidade chinesa de Dongguan, que contou com a presença de executivos das duas empresas, do secretário de governança digital do Brasil, Ricardo Leite, e do presidente da Huawei Cloud para a América Latina, Mark Chen.

"Queremos ser a ponte entre a China e a América Latina", afirmou Chen, classificando a Edge UOL como "parceira estratégica de serviços". O diretor de operações da empresa brasileira, Rodrigo Lobo, acrescentou que o plano é ampliar a atuação conjunta em infraestrutura, segurança cibernética e soluções de IA em todo o país.

A ByteDance também avalia expandir sua presença no Brasil com novos projetos de data centers, incluindo uma possível instalação no Ceará. A estrutura, com capacidade inicial de 300 megawatts, teria potencial para triplicar de escala nos próximos anos.

As negociações envolvem a fornecedora de energia renovável Casa dos Ventos, reforçando o interesse da empresa em operar com base em fontes sustentáveis.

O interesse do governo brasileiro em fortalecer a colaboração com a China também foi reiterado por autoridades nacionais. Na ocasião, Márcio Elias, secretário executivo do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, destacou a intenção de levar a expertise chinesa diretamente às fábricas brasileiras, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade industrial.

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"A China tem o know-how e sabemos que podemos nos beneficiar dessa troca", declarou Elias.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante visita a Pequim, reforçou o desejo do Brasil em ampliar as parcerias tecnológicas com os chineses. "Queremos tudo o que eles podem compartilhar conosco. E a palavra correta é 'compartilhar', porque precisamos aprender a trabalhar juntos para que as coisas possam dar os frutos que precisamos", afirmou.