
EUA deslocam porta-aviões e dezenas de aviões-tanque ao Oriente Médio em meio à escalada entre Irã e Israel

Os Estados Unidos alteraram a rota do porta-aviões USS Nimitz — que deveria atracar no Vietnã em 20 de junho — e o direcionaram ao Oriente Médio sob justificativa de uma "emergência operacional", conforme informado pela agência de notícias Reuters.
Paralelamente, a Força Aérea dos EUA mobilizou dezenas de aviões-tanque KC-135 e KC-46 através do Atlântico, segundo a revista Military Watch Magazine, intensificando os sinais de prontidão militar diante do agravamento das tensões entre Irã e Israel.

O movimento ocorre poucos dias após o ataque israelense não provocado contra território iraniano ocorrido na madrugada de 13 de junho, o que desencadeou uma nova troca de bombardeios entre os dois países. A ofensiva israelense gerou duras críticas da comunidade internacional — incluindo Rússia, China, Brasil, Venezuela e outros países da América Latina — que denunciaram a ação como uma violação grave do direito internacional e da Carta da ONU.
De acordo com a MWM, mais de 30 aeronaves de reabastecimento aéreo dos EUA estavam em operação até o último domingo, algumas delas possivelmente colaborando com as forças israelenses ao apoiar ataques contra o Irã. Além disso, o Pentágono teria fornecido suporte em inteligência, sistemas de guiagem por satélite e defesa antimíssil com destróieres AEGIS e plataformas THAAD para conter possíveis contra-ataques iranianos.
Apesar da crescente movimentação militar, o presidente Donald Trump tenta construir uma imagem paralela como negociador da paz. Em postagens recentes na sua rede Truth Social, Trump declarou que Irã e Israel "devem e vão chegar a um acordo", relembrando ações passadas de seu governo — como sua interferência nas crises entre Sérvia e Kosovo, Etiópia e Egito, e Índia e Paquistão — onde, segundo ele, teria evitado guerras ao usar o comércio como ferramenta diplomática.
A retórica pacificadora de Trump, contudo, contrasta diretamente com o avanço prático das forças armadas dos EUA na região. Na visão de especialistas, a presença crescente de ativos militares norte-americanos pode representar mais do que uma simples dissuasão: tratam-se de preparações concretas para uma eventual intervenção direta para auxiliar Israel em caso de escalada no conflito.
