Autoridades norte-americanas descartaram nesta segunda-feira qualquer envolvimento da Ucrânia no ataque terrorista de sexta-feira a uma sala de concertos nos arredores de Moscou, que matou 140 pessoas e feriu mais de 150.
"Não houve envolvimento ucraniano, ponto final. O Governo da Ucrânia deixou isso claro", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em uma coletiva de imprensa, ressaltando que "os russos não ofereceram nenhuma evidência, porque não há nenhuma evidência de envolvimento ucraniano".
Na mesma linha, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, falou em outra coletiva de imprensa.
"Esse foi um ataque terrorista realizado pelo Estado Islâmico. O senhor Putin sabe disso muito bem. E não há nenhuma evidência de que o Governo ucraniano tenha algo a ver com esse ataque", enfatizou a porta-voz.
"Eles se tornaram bastante espertos em desviar a atenção"
Enquanto isso, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou em seu canal no Telegram sobre os comentários de Miller, dizendo que a expressão usada por Washington —"'Não houve tal coisa, ponto final'"— é "uma nova forma de base probatória que substituiu o 'highly likely' (altamente provável)".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta segunda-feira que o ataque da última sexta-feira à sala de concertos Crocus City Hall foi sabidamente realizado pelo Estado Islâmico, mas o Kremlin está interessado em saber quem o ordenou.
"A pergunta que surge de imediato é: quem se beneficia com isso? Essa atrocidade pode ser apenas um elo em toda uma série de tentativas daqueles que, desde 2014, vêm travando uma guerra contra nosso país nas mãos do regime neonazista de Kiev", afirmou.
Mais cedo, ainda nesta segunda-feira, Zakharova lembrou que "ao longo das décadas, as elites políticas dos EUA tornaram-se bastante astutas ao desviar habilmente a atenção de crimes de alto nível e de qualquer encenação". "Portanto, até que a investigação sobre o ataque terrorista ao Crocus City Hall seja concluída, qualquer declaração de Washington inocentando Kiev deve ser considerada como prova", salientou.