Ao lado de Zelensky, ministro da Defesa da Alemanha descarta envio de mísseis Taurus à Ucrânia

Mesmo sob tentativa de pressão do líder do regime de Kiev, Berlim mantém cautela e evita fornecer mísseis de longo alcance que poderiam aprofundar o envolvimento direto no conflito.

Durante visita oficial a Kiev nesta quinta-feira (12), o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, afirmou categoricamente que Berlim não pretende fornecer mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa conjunta com o líder do regime ucraniano.

"Minha resposta é não", afirmou Pistorius ao ser questionado por um jornalista sobre a possibilidade de envio dos mísseis, que têm alcance superior a 500 quilômetros. A negativa veio mesmo após Zelensky destacar, momentos antes, a importância estratégica de armamentos de longo alcance para o esforço de guerra ucraniano, e reiterar os pedidos para que a Alemanha e outros países ocidentais forneçam esse tipo de equipamento.

Apesar da insistência de Kiev, Berlim tem se mostrado cauteloso. A solicitação pelos mísseis Taurus não é nova: o governo ucraniano já vinha pressionando a Alemanha em diversas ocasiões. No entanto, o então chanceler Olaf Scholz resistiu firmemente à ideia, citando o risco de uma escalada do conflito e a possibilidade de envolvimento direto da Alemanha em hostilidades contra a Rússia.

Já o atual chanceler, Friedrich Merz, tem adotado um tom mais aberto — embora igualmente prudente. No fim do mês passado, Merz afirmou que o envio dos Taurus "está dentro do campo das possibilidades", sugerindo uma abordagem mais flexível. Na semana passada, ele declarou que a Alemanha está disposta a apoiar o desenvolvimento de capacidades autônomas da Ucrânia para armamentos de longo alcance.

Ainda assim, a decisão anunciada por Pistorius indica que, ao menos por ora, Berlim prefere manter distância de qualquer medida que possa ampliar diretamente seu envolvimento militar no conflito. Enquanto isso, o governo ucraniano segue buscando convencer seus aliados de que o fornecimento de armas mais sofisticadas seria a chave para virar o jogo no campo de batalha — um argumento que, até o momento, parece não ter surtido o efeito esperado.