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Dois adolescentes que salvaram dezenas de vidas no Crocus City Hall são homenageados

"Olhando para eles, são meninos tão magros, tão pequenos, com 15 anos de idade. São eles que deveriam ter sido resgatados", declarou a comissária presidencial para os Direitos da Criança na Rússia.
Dois adolescentes que salvaram dezenas de vidas no Crocus City Hall são homenageadosPortavoz de Lvova-Belova

A comissária presidencial para os Direitos da Criança na Rússia, Maria Lvova-Belova, homenageou nesta segunda-feira dois estudantes, Islam Khalilov, de 15 anos , e Artyom Donskov, de 14 anos, que ajudaram a evacuar dezenas de visitantes do  Crocus City Hall durante o ataque terrorista realizado na última sexta-feira.

Eles receberam certificados por "abnegação, bravura e coragem pessoal ao ajudar as vítimas". "Me disseram que foi muito assustador. Sabem, olhando para eles, são meninos tão magros, tão pequenos, com 15 anos de idade. São eles que deveriam ter sido resgatadas", afirmou Lvova-Belova à RT.

"Imagine, uma multidão de 100 pessoas. De alguma forma, você precisa reunir todas elas e dizer: 'Vamos embora'. Como faria tudo isso?", acrescentou a comissária. Também contou que os adolescentes gritaram pelo corredor dizendo às pessoas, que estavam tentando fugir do local do crime, que estavam indo para um beco sem saída, mas que eles as levariam pelo caminho certo.

Lvova-Belova explicou que os dois adolescentes são de famílias numerosas e estão acostumados a cuidar das crianças mais novas desde a infância.

"Não me considero um herói"

Islam Khalilov estava trabalhando como atendente de vestiário no Crocus City Hall, onde, em 22 de março, um grupo de homens armados invadiu o local, abrindo fogo contra os visitantes e incendiando a sala de concertos. Como conhecia bem a disposição do edifício, o adolescente demonstrou compostura e começou a direcionar as pessoas para a saída mais segura. Apesar do medo dos terroristas, Islam foi o último a deixar o prédio para garantir que ninguém corresse perigo.

"Não me considero um herói. Fazia parte do meu trabalho. [...] Prefiro me sacrificar do que morram 100 pessoas", declarou o menor após o ataque.

Por sua vez, Artyom Donskov havia aceitado um trabalho no Crocus City Hall com o propósito de economizar para comprar um presente para sua mãe. No momento do ataque, ele estava perto da porta, mas percebeu que os visitantes estavam indo para um beco sem saída, então, junto com outros adolescentes, coordenou a multidão para uma saída de emergência.