
Lula conversa pelo telefone e se solidariza com Cristina Kirchner

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou pelo telefone nesta quarta-feira (11) com a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após a Suprema Corte argentina ter confirmado sua condenação por corrupção na terça-feira (10).
Lula manifestou solidariedade à ex-mandatária argentina. "Falei da importância de que se mantenha firme neste momento dificil", relatou. Alem disso, comentou que Cristina se mantinha com uma "maneira serena e determinada" diante da situação, além de estar "determinada a seguir lutando" após a decisão judicial.
PT presta solidariedade
O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou, nesta quarta-feira, uma nota em apoio à ex-presidenta argentina, destacando que Cristina Kirchner é alvo de perseguição política e lawfare. A sigla também manifestou solidariedade ao Partido Justicialista, do qual Cristina é presidenta e principal liderança da oposição ao governo de Javier Milei.

"O Partido dos Trabalhadores manifesta solidariedade ao Partido Justicialista (PJ) e à ex-presidenta argentina Cristina Kirchner, cuja condenação à prisão e inelegibilidade, foi confirmada nesta terça-feira pela Suprema Corte da Argentina", publicou a sigla.
O partido ressaltou que Cristina foi vítima de um atentado em 2022, quando um militante tentou matá-la em frente à sua residência, episódio frustrado por falha na arma.
"O Partido dos Trabalhadores estará ao lado do Partido Justicialista na luta pela reabilitação política da ex-presidenta Cristina Kirchner", finalizou.
Moro indaga Lula
O senador Sergio Moro (União-PR) levantou dúvidas nesta terça-feira (10) sobre a possibilidade de Lula oferecer asilo diplomático a Cristina Kirchner assim como ocorreu com a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
"Mais uma liderança da esquerda condenada por corrupção na América Latina. Lula vai também conceder asilo à corrupta Kirchner?", publicou em sua rede X.
Condenação
A Suprema Corte de Justiça da Argentina confirmou na terça-feira (10) a condenação por corrupção contra a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, o que impede sua candidatura a deputada nas eleições e abre caminho para sua eventual prisão.
Na noite de segunda-feira (9), a presidente discursou em um evento do PJ, cujo foco foi criticar a decisão esperada da Justiça e o apoio do governo de Javier Milei à medida. "Este modelo é inviável", afirmou sobre as políticas atuais. E completou: "Acham que vão resolver tudo me prendendo. Estarei presa, mas o povo vai continuar piorando".
Durante o discurso, Cristina convocou mobilizações contra o veredito e chamou a Corte de "guarda pretoriana do poder econômico". "Bastou anunciarmos uma candidatura para que os demônios fossem soltos", disse na ocasião.
A ex-presidente havia sido condenada em dezembro de 2022 a seis anos de prisão e à inabilitação perpétua para cargos públicos, ao fim de um julgamento que durou três anos e meio. Na ocasião, a Justiça concluiu que Cristina foi responsável por "administração fraudulenta em prejuízo da administração pública", ao liderar um esquema de corrupção que beneficiou o empresário Lázaro Báez, favorecido com 51 contratos durante os governos kirchneristas.

