Thiago Ávila é separado dos demais presos e ameaçado com 7 dias de solitária em Israel

Defesa afirma que ameaça é ilegal e que levará o caso à Suprema Corte de Israel se medida se concretizar.

O ativista brasileiro Thiago Ávila, preso por Israel após participar de missão uma humanitária rumo à Faixa de Gaza, foi colocado em uma cela solitária nesta quarta-feira (11) e ameaçado de permanecer por sete dias em isolamento total, em um espaço escuro, pequeno, sem ar e sem acesso a ninguém.

A denúncia foi feita pela advogada de defesa do ativista, que alertou para a gravidade da medida e afirmou que, caso se concretize, levará o caso à Suprema Corte de Israel.

"Ele disse a ela que o ameaçaram de deixá-lo na solitária por 7 dias em uma cela escura, pequena, sem ar, sem acesso a ninguém", relatou à RT Brasil uma fonte direta da família.

A advogada classificou a ameaça como ilegal e informou que Thiago foi separado dos demais ativistas presos, passando a ser mantido completamente isolado. Ela pediu à defesa no Brasil que a situação seja publicizada imediatamente.

Repressão e silêncio

Thiago Ávila foi preso junto com outros 11 ativistas internacionais após a Marinha israelenseinterceptar a embarcação Madleen Liberty em águas internacionais no início de junho. Desde então, a família vem denunciando falta de contato direto e restrições arbitrárias impostas pelas autoridades israelenses.

Na última audiência, Thiago recusou-se a assinar documentos de deportação que implicavam em confissão de culpa por um crime que ele nega ter cometido. A embarcação tinha autorização de navegação e seguia em missão civil humanitária.

Em entrevista exclusiva à RT Brasil, Lara Souza, esposa de Thiago, afirmou:

"Ele e outros sete ativistas se recusaram a assinar. Como eles não cometeram nenhum crime, não aceitaram assumir culpa de algo que não fizeram". 

Greve de fome e desconfiança

Antes mesmo da ameaça de isolamento, Thiago havia comunicado à sua advogada que iniciaria uma greve de fome como protesto contra a prisão que classificou como absurda, e também por não confiar na comida fornecida por Israel.

"Essa prisão é um absurdo", disse Thiago em mensagem repassada à família. "Ele vai iniciar uma greve de fome por conta da prisão ilegal e pela desconfiança absoluta em relação a Israel do fornecimento desses alimentos para ele", relatou a irmã, Luana de Ávila.

Acompanhamento e riscos

O caso segue sendo acompanhado pelo Itamaraty, que informou estar atuando para garantir a repatriação do brasileiro o mais rápido possível. A embaixada brasileira em Tel Aviv busca garantir sua integridade física. Até o momento, a família segue sem qualquer contato direto com Thiago.

A defesa alerta que o isolamento total do ativista representa risco físico e psicológico grave, e cobra a intervenção urgente das autoridades brasileiras e internacionais.

A RT Brasil continuará acompanhando o caso e atualizando as informações assim que houver novos desdobramentos.