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Vice-ministro da diplomacia russa alerta sobre escalada de tensão no Mar Báltico

Alexander Grushko advertiu que, devido a atuação do Ocidente e a crescente promoção da russofobia nos países europeus, "qualquer faísca" na região pode desencadear um conflito mais amplo.
Vice-ministro da diplomacia russa alerta sobre escalada de tensão no Mar BálticoStefan Sauer/picture alliance

Sob a crescente influência da russofobia promovida pelo Ocidente, o Mar Báltico caminha para se tornar uma potencial zona de conflito militar, com riscos iminentes de escalada, alertou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko.

Em discurso durante o Fórum Futuro 2050, realizado em Moscou, Grushko destacou que "o confronto artificial imposto, aliado à demonização da Rússia, tem transformado a região em uma arena de tensões militares, onde "qualquer faísca" pode desencadear um conflito mais amplo.

Grushko destacou que, historicamente, a região do Mar Báltico manteve um perfil de relativa estabilidade militar, mas alertou que essa realidade pode mudar drasticamente caso a OTAN não revise suas ações na área.

O vice-ministro das Relações Exteriores ressaltou que seu alerta sobre o risco de escalada não é retórico, apontando para o aumento significativo dos exercícios militares e da presença das forças armadas na região como sinais claros de uma situação cada vez mais volátil.

Denúncia contra o Ocidente

O assessor presidencial, Nikolai Patrushev, que supervisiona as questões da política marítima nacional, disse anteriormente que o Ocidente estava usando a Suécia e a Finlândia como peões, em uma tentativa de privar a Rússia do acesso ao Mar Báltico e transformá-lo em um "mar interno" da OTAN

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, por sua vez, alertou: o Mar Báltico nunca se transformará em um "corpo de água interno" da Aliança do Atlântico Norte. 

"Fantoches"

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Letônia, Lituânia e Estônia não possuem autonomia política, classificando-os como "fantoches" de potências europeias maiores para pressionar Moscou e seus aliados.

Em uma declaração crítica, Lavrov comparou os três países bálticos a "pequenos valentões de escola" que tentam "extorquir 15 copeques [unidade monetária divisionária do Rublo]" ou "roubar um sanduíche". Segundo ele, essa provocação dos pequenos acaba por atrair a intervenção de "grandes hooligans" — uma metáfora para as potências que estariam apoiando essas nações menores em suas ações contra a Rússia.