Em depoimento ao STF, Bolsonaro defende modelo de votação adotado por Venezuela e Paraguai

Mesmo sem evidências, Bolsonaro questiona segurança das urnas.

Nesta terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Diante do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro voltou a criticar o sistema eletrônico de votação brasileiro, que classificou como "inauditável", e defendeu o modelo adotado em países como Venezuela e Paraguai. Ele admitiu ainda que pode ter "exagerado na retórica", mas justificou que sua intenção era proteger o processo eleitoral.

Durante a oitiva, o ex-presidente afirmou que o sistema atual precisa de aperfeiçoamentos e citou como exemplos positivos os modelos eleitorais dos dois países sul-americanos: "Nós temos muita coisa ao nosso lado mostrando que esse sistema que está aí carece de um aperfeiçoamento... No Paraguai, as eleições, no meu entender, é (sic) o ideal. Como passou a existir nas últimas eleições até na Venezuela", declarou.

Sem apresentar provas, Bolsonaro reiterou críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou que havia "muitas dúvidas" sobre a integridade do sistema de votação. Ele disse ainda que o Supremo "joga fora das quatro linhas" e comparou o sistema eletrônico a uma maquiagem que "se chover, escorre tudo".

O ex-presidente também usou o inquérito da Polícia Federal sobre as eleições de 2018 como base para justificar os ataques que fez ao sistema eleitoral durante a reunião com embaixadores em 2022 — ato que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), integra o esforço de deslegitimação da Justiça Eleitoral.