Pesquisas mostraram que o presidente dos EUA, Donald Trump, perdeu apoio significativo entre eleitores latinos, especialmente na Flórida, onde antes contava com ampla adesão.
Segundo o Global Strategy Group, a aprovação de suas políticas entre esse grupo caiu de 43%, em fevereiro, para 29% no fim de maio — movimento impulsionado por deportações em massa e pela revogação de proteções a imigrantes. O declínio preocupa o Partido Republicano, que já articula mudanças na abordagem para as eleições legislativas de 2026.
"Arrependidos" ameaçam base republicana
Apesar de Trump ter vencido na região de Miami em 2024 com uma vantagem de cerca de 125 mil votos sobre Kamala Harris — feito inédito para um republicano desde George Bush, em 1988 —, os sinais de arrependimento entre eleitores latinos são cada vez mais evidentes.
Quase metade dos que votaram nele agora afirmam estar decepcionados ou divididos quanto à sua escolha, segundo levantamento do Fórum Latino de Opinião Pública.
O descontentamento cresce principalmente entre imigrantes venezuelanos. A decisão de Trump de encerrar o Status de Proteção Temporária (TPS) para migrantes do país sul-americano foi considerada "injusta" por quase 80% dos entrevistados.
O sentimento de traição se intensificou após o aumento das deportações, que atingiram inclusive pessoas com processos migratórios em curso e sem antecedentes criminais.
Crise se estende a aliados
Apenas 19% dos latinos consultados acreditam que a economia dos EUA melhorou sob Trump, o que mina uma das principais promessas de campanha do republicano. E a insatisfação vai além do presidente, atingindo aliados importantes no Congresso.
O senador Marco Rubio, figura-chave da política externa republicana e filho de cubanos, tem rejeição de 60% entre os latinos entrevistados. Deputados como Mario Diaz-Balart, Maria Elvira Salazar e Carlos Gimenez também enfrentam resistência: 43% dizem que eles não defenderam os imigrantes, e 41% afirmam que não votarão neles em 2026.
Diante do desgaste político, lideranças republicanas repensam suas estratégias, buscando reconquistar o eleitorado latino antes que a frustração se transforme em voto de protesto nas próximas urnas.