O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, fez duros ataques contra o tenente-coronel Mauro Cid após seu depoimento ao STF nesta segunda-feira (9), informou o portal Poder360.
Em conversa com jornalistas, Vilardi acusou Cid de ter "memória seletiva" e de mentir sobre a reunião de Bolsonaro com empresários em novembro de 2022 — evento que a defesa alega que "nunca existiu".
Áudio controverso?
A disputa gira em torno de um áudio apreendido pela PF em que, no dia 7 de novembro, Cid relata que empresários — incluindo Luciano Hang (dono da Havan) e Meyer Nigri (construtora Tecnisa) — estavam pressionando Bolsonaro para reverter os resultados das eleições.
Questionado por Vilardi, Cid afirmou não lembrar detalhes, mas sugeriu que a mensagem "deve ter sido para o general Freire Gomes".
"A reunião com os empresários nunca aconteceu, eles não entraram no Planalto, ele está fazendo uma narrativa de uma reunião que não existiu [...] É mentira, não teve reunião", disse Vilardi.
Estratégia da defesa
O advogado destacou o que, na opinião da defesa, são inconsistências nos sete depoimentos prestados por Cid à Justiça.
"É essa pessoa que é o delator dessa ação penal. Uma pessoa que mente num diálogo com um general. Então assim, é fácil depor quando você tem uma memória seletiva, você fala, eu lembro disso e disso. Aí quando você entra para perguntar para ele contradições, ele fala, esqueci", declarou.
Apesar do tom agressivo, Vilardi considerou o interrogatório "extremamente positivo" para a defesa de Bolsonaro, reforçando a tese de que Cid seria uma testemunha inconfiável e contraditória.