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Cerrado perdeu metade de sua vegetação original em menos de 50 anos

Região do Centro-Oeste apresenta diversos problemas ambientais relacionados com a grande exploração agrícola.
Cerrado perdeu metade de sua vegetação original em menos de 50 anosGettyimages.ru / Lucas Ninno

O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil em extensão e que abrange cerca de 24% do território nacional, perdeu mais da metade de sua cobertura vegetal original em um período de menos de 50 anos (entre 1970 e 2018), segundo dados da ONG WWF.

Vastas áreas de vegetação para pastagem e agricultura foram convertidas em áreas adaptadas para o plantio de soja, cana-de-açúcar, tabaco e demais commodities - além da exploração predatória de recursos naturais, como carvão vegetal.

Um relatório do MapBiomas mostra o tamanho do prejuízo para o país: 99% da devastação ocorrida no Cerrado no ano de 2020 foi ilegal e esteve concentrada nas mãos de um baixíssimo número de ruralistas. Afinal, apenas 1% das propriedades rurais causaram o dano estimado pelo estudo.

Vale lembrar que a região do Centro-Oeste é a que mais consome água no Brasil: 1.511,9 litros para cada real (R$) gerado pela economia local. Estudos do IBGE apontam que cerca de 98% da água consumida no país está relacionada a atividades relacionadas ao agronegócio. Como 8 das principais bacias hidrográficas do Brasil tem suas nascentes no Cerrado, isso contribui para uma crise hídrica na região, que também afeta a segurança alimentar e nutricional da população local, a partir da diminuição da oferta de água.

Apesar de qualquer projeção realista apontar a consolidação do Brasil como o maior fornecedor de soja e milho em âmbito mundial, um relatório da Agroconsult já estuda o esgotamento de novas áreas para a produção de grãos no Brasil.