Eduardo Bolsonaro culpa Petro por atentado a pré-candidato da Colômbia e cita 'apito de cachorro'

Deputado afirmou que frases usadas por Petro funcionam como comandos cifrados para incitar militantes a atos de violência.

Em publicação feita nas redes sociais no sábado (7), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugeriu que o atentado sofrido pelo senador colombiano e pré-candidato à presidência, Miguel Uribe Turbay, teria sido resultado de uma radicalização incentivada por discursos velados do presidente Gustavo Petro.

O parlamentar afirmou que Petro estaria utilizando frases de duplo sentido, conhecidas em ciência política como "apito de cachorro", para estimular militantes extremistas, sem deixar rastros diretos. "É a tática do incendiário que joga gasolina, mas culpa a faísca", escreveu Eduardo.

No post, ele exemplifica como frases como "Não passarão!" e "A extrema-direita deve ser enfrentada" poderiam parecer discursos políticos legítimos, mas funcionariam como comandos implícitos para ações violentas. "Só os militantes mais fanatizados entendem o real comando", afirmou.

Eduardo Bolsonaro questionou ainda se o adolescente que atirou contra Uribe estava motivado por radicalismo ideológico ou se teria sido pago para cometer o crime. "Política não se faz com bala. Nem com apitos envenenados", concluiu.

O atentado e o posicionamento de Petro

O ataque contra Miguel Uribe Turbay ocorreu na sexta-feira (6), durante um evento político no parque Modelia, em Fontibón, na região oeste de Bogotá. Segundo testemunhas, o agressor se aproximou por trás e atirou à queima-roupa.

O senador foi atingido no pescoço e na cabeça e encontra-se em estado grave. A primeira cirurgia, conforme informou o prefeito de Bogotá, Luis Eduardo Garzón, foi bem-sucedida. Além dele, outras três pessoas ficaram feridas.

A chegada de representantes do governo Petro à Fundação Santa Fé, onde Turbay está internado, foi marcada por protestos e vaias de populares. A polícia precisou intervir para conter a multidão.

No mesmo dia, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um pronunciamento televisionado para tratar do atentado. Ele confirmou que o autor dos disparos é um menor de 15 anos e classificou o episódio como um ataque à democracia.

"Todo o Estado colombiano está a serviço da vida. A primeira responsabilidade do presidente da Colômbia é cuidar da vida de sua própria oposição. É o dever de um democrata fazer isso", declarou. Petro reforçou que a liberdade da oposição é condição essencial para a existência do próprio país.

O presidente também lamentou o histórico de violência no país: "A imensa facilidade que nós, colombianos, temos de matar uns aos outros por ganância, e às vezes por nada", afirmou.

Petro afirmou que todas as hipóteses estão sendo investigadas e que o adolescente capturado mencionou que poderia revelar nomes. Ele também destacou a necessidade de proteger o jovem, por se tratar de uma criança: "Por mais terrível que possa parecer para nós, as crianças são cuidadas na Colômbia".